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quarta-feira 15 maio 2024
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Memorias de Sarandi 5 – Humberto Paris

MEMÓRIAS DE SARANDI 5
Época: Décadas de 40 e 50
Depois: Década de 60
Humberto Tesser Paris
Com ajuda de Artemio e Mercedes Paris

A imagem pode conter: 1 pessoa

DONA NANA ARMANINI
Na foto aparecem Erica Kaiser, minha tia Adelaide Paris ainda
solteira (mãe de Paulo Roberto Pezarico e Fernando) e Nana Mariani. Esta casa ficava na Avenida Expedicionário, ao lado da bodega do Alessio Matei.
O Artemio acha que era Armani e seriam parentes dos Armani que tinham uma loja (lojão) na avenida 7 de Setembro, umas 2 quadras antes do Cemitério.
A Dona Nana era casada com o seu Didio e eram italianos. O Artemio catava caramujos e levava para o seu Didio que gostava de comê-los.
Depois da morte do marido, Dona Nana hospedou uma familia italiana em sua casa, os “De Mari”, que tinham um casal de filhos. Também morava uma criança chamada Ivor, que era mais ou menos da idade do Artemio.
Passou-se um tempo e Dona Nana sentiu saudades e retornou a Itália.

VALTER MANFRO
Posteriormente foi morar a família do meu amigo Valter Manfro. Na parte de baixo da casa, na garagem, foi colocada temporariamente nossa mesa de ping-pong que era compartilhada entre Eu, o Valter, O Kiko Giordani e oRenato Sergio Klein. A mesa deveria ficar um período na casa de cada sócio.
O Valter, a exemplo do Kiko, também era um cara muito atarefado, talvez mais até. Ele trabalhava diariamente entregando bebidas do depósito da família, nos bares da cidade.
Lembro de ele pedir uma pepsi cola pro Artemio Matei, na bodega, não sei se pagou, e tomou toda sem respirar. Imaginem um ralo onde a água sai rapidamente em redemoinho. Fiquei de boca aberta observando.
Ele era o cara mais habilidoso do nosso time “Piratas” de futebol de salão. Também era parceiro do carteado juntamente com o Kiko Giordani e o Ari Pigosso. Jogávamos a dinheiro na casa do Nutcho Vanzeto ou na casa do Herminio, que morava nos fundos da casa do tio Angelo Tesser. Não se preocupem que nunca rolou nada.
Uma noite, estávamos em sua casa, nos preparando para ir a uma festa de São João no Colégio das Freiras, então o Valter convidou sua mãe para ir junto. Fiquei pensando: Como! Levar a mãe na festa! E como vamos brincar? Mas a mãe arrumou uma desculpa e não quis ir. Aquele episódio ficou martelando minha cabeça. Fiquei pensando se eu teria
coragem de convidar minha mãe. Naquela época, acho que não. O Valter era mais ligado em sua mãe. Acho que ele ficou pensando nela. Não era coisa que adolescentes conversavam. As coisas simplesmente aconteciam.
Confesso que depois desse episódio, passei a ser menos egoísta.
Uma vez ele me convidou a ir a umas terras da família, que ficava na estrada para Rondinha. Lá tinha plantação de milho, entre outras coisas. Não sei direito como funcionava, mas havia uma carroça puxada a bois e fomos colher milho. De repente ele me perguntou: Você já viu um boi sentar? Eu disse não, então ele desceu da carroça e pegou no saco do boi, pois os testículos já não estavam mais lá, e o boi
sentou no chão. Acreditem se quiserem.
A última aventura juntos que me lembro foi quando ele me convidou a ir a Carazinho. Não sei se era para levar ou trazer alguma coisa.
Meu grande amigo Valter também nos deixou a pouco mais de um ano.

A imagem pode conter: casa, céu e atividades ao ar livre




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