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segunda-feira 29 abril 2024
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Câmara defende, no STF, que criar benefício em ano eleitoral não viola a liberdade de voto

Com a PEC dos Benefícios aprovada em julho no Congresso, governo passou a pagar novos auxílios dois meses antes da eleição deste ano

Foto: Edu Garcia/R7

Em dois ofícios enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), a advocacia da Câmara dos Deputados afirmou que uma eventual suspensão da PEC dos Benefícios pode trazer “graves consequências econômicas” para o país.

A área técnica também disse que a criação de benefícios sociais em ano eleitoral não viola a liberdade de voto.

Ações do partido Novo e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) questionaram a concessão dos benefícios a meses da eleição. No ofício anexado à ação do Novo, a Câmara afirmou que “não se pode aferir concretamente qualquer vantagem política na concessão de tais benefícios, senão o mero exercício da atividade parlamentar”.

“Eventual cassação de todos os benefícios até o segundo turno das eleições traria graves consequências econômicas, agravando o quadro de carências e gerando instabilidade social, risco reverso este a ser evitado”, disse. A PEC dos Benefícios, aprovada no Congresso, autorizou o governo a gastar R$ 41,2 bilhões para conceder benefícios sociais até o fim do ano.

Entre outros pontos, a PEC concede um auxílio financeiro a caminhoneiros e taxistas e amplia os valores do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás. A proposta estabeleceu um estado de emergência para possibilitar a ampliação do pagamento dos benefícios em ano eleitoral, o que, em situação de normalidade, é vedado pela legislação.

Em um dos ofícios, a Câmara afirmou que “não há qualquer violação à liberdade de voto, pois as proposições, em nenhum momento, ameaçaram o exercício do direito de sufrágio”.

“Não se pode pretender que ações legislativas benéficas possam traduzir desequilíbrio eleitoral, pois é da essência do próprio sistema representativo atuar em sintonia com as necessidades sociais”, declarou.

A Câmara disse, ainda, que não há comprovação de “benefícios ou ruptura da isonomia no processo eleitoral, mas apenas ilações de que a proposição poderia traduzir vantagens políticas, quando a própria democracia representativa exige atuar em proveito dos representados”.

Nas ações, o Novo e a ABI afirmaram que a distribuição dos benefícios neste ano viola a liberdade do voto e que a instituição do estado de emergência ocorreu como forma de burlar a legislação eleitoral.

FONTE R7



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