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terça-feira 14 maio 2024
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Para Mourão, filho promovido no Banco do Brasil tem “mérito”

Filho de vice-presidente terá salário três vezes maior em novo cargo no Banco do Brasil

Mourão diz que filho promovido no Banco do Brasil tem

Mourão diz que filho promovido no Banco do Brasil tem “mérito” | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta terça-feira que o filho, Antonio Hamilton Rossell Mourão, foi promovido por ter “mérito”. “(Meu filho) possui mérito e foi duramente perseguido anteriormente por ser meu filho”, afirmou.

Antes assessor empresarial da área de agronegócios do Banco do Brasil, o filho do general da reserva foi nomeado assessor especial da presidência com o salário três vezes maior do que recebia, informou a Coluna do Broadcast.

No Twitter, o vice-presidente também se manifestou sobre a repercussão da nomeação do seu filho no Banco do Brasil.

General Hamilton Mourão

@GeneralMourao

Meu filho, Antônio, ingressou por concurso no BB há 19 anos. Com excelentes serviços, conduta irrepreensível e por absoluta confiança pessoal do Presidente do Banco foi escolhido por ele para sua assessoria. Em governos anteriores, honestidade e competência não eram valorizados.

O novo posto equivale a uma cadeira de um executivo no banco com um salário de cerca de R$ 36 mil. Na prática, seu salário triplicou. A renda do posto anterior gira entre R$ 12 mil e R$ 14 mil, dependendo da carga horária de seis ou oito horas. O novo vencimento do filho do vice-presidente da República será maior até mesmo do que o salário do pai, o segundo maior cargo do Executivo, que hoje é de R$ 27.800.

STF

Segundo o professor Carlos Ary Sundfeld, que dá aulas de Direito Público na Fundação Getúlio Vargas (FGV), a indicação não se enquadra nos casos em que a Justiça considera nepotismo. Para isso, seria necessário que o funcionário tivesse sido nomeado pelo próprio parente para exercer cargo na mesma instituição pública. O critério é uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2008, sobre o assunto.

“O Banco do Brasil e a União federal não são a mesma pessoa jurídica, então, rigorosamente, pela súmula do Supremo, não há uma proibição”, explica Sundfeld. Ele diz, ainda, que seria necessário acompanhar o trabalho do filho do vice-presidente no dia-a-dia para saber se a nomeação foi injustificada.

“No caso concreto aí, o vice-presidente não tem poder formal nenhum, não é ele que nomeia. Seria uma coisa muito indireta. De qualquer modo, não dá para ficar especulando sobre as razões que fazem o presidente do Banco do Brasil escolher um dos funcionários de carreira do banco para ser assessor”, completa ele.

Nota

O Banco do Brasil confirmou a nomeação do filho do vice-presidente Hamilton Mourão, Antonio Hamilton Rossell Mourão. O banco explica, em nota à imprensa, que o cargo é de “livre provimento da Presidência do BB e a nomeação atende aos critérios previstos em normas internas e no estatuto do Banco”.

Novaes afirmou, em nota, que o funcionário Antônio Hamilton possui “excelente formação e capacidade técnica”. “Antônio é de minha absoluta confiança e foi escolhido para minha assessoria, e nela continuará, em função de sua competência. O que é de se estranhar é que não tenha, no passado, alcançado postos mais destacados no Banco”, destacou o novo presidente do Bando do Brasil.

Antônio Hamilton, conforme informações do Banco do Brasil, é funcionário com 18 anos de casa e trabalhava há 11 anos como assessor na Diretoria de Agronegócios. Formado em Administração de Empresas, Rossell Mourão possui pós-graduações em Agronegócios e em Desenvolvimento Sustentável.

Correio do Povo




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