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domingo 5 maio 2024
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Violar eleição é crime de responsabilidade, afirma TSE

Nota divulgada pela Corte ocorre após presidente Jair Bolsonaro dizer que houve fraude e ameaçar as eleições de 2022

Nota divulgada pela Corte ocorre após presidente Jair Bolsonaro dizer que houve fraude

Nota divulgada pela Corte ocorre após presidente Jair Bolsonaro dizer que houve fraude 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou uma nota nesta sexta-feira em que rechaça as declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), classificadas como “lamentáveis quanto à forma e ao conteúdo”, e afirmou que violar princípios constitucionais, como a ocorrência das eleições de 2022, “configura crime de responsabilidade”.

Mais cedo, na saída do Palácio do Alvorada, Bolsonaro voltou a sinalizar, sem provas, a existência de fraude no processo eleitoral brasileiro. “A fraude está no TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”, afirmou. De acordo com o titular do Executivo, a fraude citada por ele aconteceu no pleito de 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita. Agora, ele garantiu que “não teremos eleições fraudadas em 2022”.

O TSE rechaçou a declaração e disse que a presidência é exercida por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e, de 2014 para cá, o cargo já foi ocupado por Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Rosa Weber e Barroso. “Todos participaram da organização de eleições. A acusação leviana de fraude no processo eleitoral é ofensiva a todos.

O comunicado relembra que o corregedor-geral eleitoral já oficiou Bolsonaro para que apresente as supostas provas de fraude que teriam ocorrido nas eleições de 2018. “Não houve resposta”, pontua. Na sequência, o TSE alerta o presidente: “A realização de eleições, na data prevista na Constituição, é pressuposto do regime democrático. Qualquer atuação no sentido de impedir a sua ocorrência viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade.”

Nas redes sociais, o ministro Alexandre de Moraes, futuro presidente do TSE, escreveu: “Os brasileiros podem confiar nas Instituições, na certeza de que, soberanamente, escolherão seus dirigentes nas eleições de 2022, com liberdade e sigilo do voto. Não serão admitidos atos contra a Democracia e o Estado de Direito, por configurar crimes comum e de responsabilidade.”

Urna

A nota afirma também que, desde a implantação das urnas eletrônicas, em 1996, jamais se documentou qualquer episódio de fraude e diz que, nesse sistema, foram eleitos os presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e, inclusive, Bolsonaro. “Como se constata singelamente, o sistema não só é íntegro como permitiu a alternância no poder.”

Em uma entrevista à Rádio Guaíba, Bolsonaro afirmou que o então candidato à presidência da República Aécio Neves (PSDB) derrotou a eleita Rousseff. Na ocasião, defendeu o voto auditável. O TSE contrapôs e, especificamente em relação às eleições de 2014, reafirmou que o PSDB realizou auditoria no sistema de votação e reconheceu a legitimidade dos resultados. Em postagem no Twitter, o próprio partido afirmou que considera o pleito de 2014 “limpo” e que “confia na nas urnas eletrônicas”.




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