Lançado em 1º de junho de 1967, álbum representa um grito de liberdade do rock
Disco vendeu mais 33 milhões de exemplares em todo o mundo | Foto: Reprodução / CP
Considerado não somente um clássico dos Beatles como também um dos discos mais influentes da história, “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” completa 50 anos nesta quinta-feira. Lançado no dia 1º de junho de 1967, o álbum é uma obra da emergente cena do rock psicodélico e representou um grito de liberdade do rock.
O icônico disco é o oitavo dos Beatles e foi concebido antes mesmo de John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr e George Harisson completarem 30 anos. E logo que chegou, já rompeu barreiras. “Sgt. Pepper’s” se tornou o primeiro álbum conceitual por não ter interrupções entre as suas faixas, o que criou uma ideia de “obra global” ou algo para ser escutado como uma obra única – tanto que não teve nenhuma música lançada como single na época. Além disso, foi o primeiro a ter todas as letras das músicas impressas no encarte, reforçando o conceito.
E como não poderia deixar de ser, o disco tem uma capa não menos especial: uma montagem fotográfica encomendada a Peter Blake e Jann Haworth para uma ideia de Paul McCartney, que chegou a fazer vários esboços. Paul, vale lembrar, foi quem imaginou o álbum, tudo durante uma viagem de Nairóbi a Londres em 1966, concebendo-o como um concerto de uma banda fictícia (a “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”). Na icônica capa, os Beatles aparecem vestidos com fardas coloridas e cercado de muitos personagens históricos, como Marlon Brando, Karl Marx, Bob Dylan e Edgar Allan Poe.
Em números, o sucesso foi medido com uma estreia que logo foi parar no topo da parada britânica, permanecendo como número um por 22 semanas seguidas. No Reino Unido, o disco venceu 250 mil cópias na primeira semana e chegou a 3 milhões até o final de 1967. Hoje já são 33 milhões de exemplares em todo o mundo, o que o torna o mais popular do grupo e o faz figurar entre os 20 mais vendidos da história.
Nem mesmo o tempo consegue apagar a grandeza do disco. Cinquenta anos depois, a psicodelia de “Lucy In The Sky With Diamonds” e a fanfarra multicolor de “Being for the Benefit of Mr. Kite!”, por exemplo, continuam atraindo atenção e reforçando o porquê de “Sgt. Pepper’s” ter se tornado um marco – embora muitos “torçam o nariz” e Ringo Starr já tenha até dito certa que o álbum era “punhado de canções, uma pitada de pimenta e é um álbum conceito. Funcionou porque nós dissemos que funcionou”.
Se foi um sucesso de vendas e crítica, o disco ultrapassou as barreiras tecnológicas e também conseguiu conquistar seu espaço nos serviços de streaming. De acordo com o Spotify, o Brasil é o quarto país que mais ouve o álbum. Perde apenas para Estados Unidos, Reino Unido e México. Londres, a cidade onde “Sgt. Peppers” foi gravado, aparece em 4° lugar, enquanto a Cidade do México fica no topo.
Para comemorar o aniversário, uma edição especial de “Sgt. Peppers” começou a ser vendida no último dia 26. O especial contém remixes, demos, versões alternativas, um livro de 144 páginas e o documentário “Making of Sgt. Pepper” remasterizado. O pacote “luxuoso” tem quatro CDs, DVD e um box Blu-ray, onde o primeiro disco traz uma nova mixagem estéreo do LP original feita por Giles Martin, filho de George Martin, produtor original da banda.
Nos textos que acompanham o box, Paul McCartney comentou o sucesso do álbum, que perdura até hoje. “É uma loucura pensar que, 50 anos depois, ainda estamos olhando para trás com tanto carinho. Também não conseguimos acreditar como quatro homens, um produtor genial e sua equipe de engenheiros puderam fazer uma peça de arte duradoura tão impressionante”, diz.
Confira o disco completo