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sábado 23 novembro 2024
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Reportagem afirma que força-tarefa aceitou sugestão de Moro sobre procuradora

Supostas mensagens obtidas pelo The Intercept indicariam retirada de Laura Tessler da audiência de Lula

Dallagnol teria trocado mensagens sobre promotora com Carlos Fernando

Foto: Andressa Anholette / AFP / CP Memória

Dallagnol teria trocado mensagens sobre promotora com Carlos Fernando

Um conselho de Sérgio Moro dado a procuradores da Operação Lava Jato foi acatado pela força-tarefa. É o que mostram mais uma leva de supostas mensagens de Telegram obtidas pelo site The Intercept Brasil e divulgadas nesta quinta-feira pelo jornalista Reinaldo Azevedo na Rádio BandNews FM.

Conforme o conteúdo reproduzido, depois de receber reclamação do ex-juiz em relação ao desempenho da procuradora Laura Tessler em audiências, o coordenador da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol, teria procurado o colega Carlos Fernando dos Santos Lima para falar do assunto. Os dois teriam decidido que ela só deveria realizar audiências se estivesse acompanhada dos procuradores Júlio Noronha e Roberson Pozzobon.

Na suposta conversa, realizada por meio do aplicativo Telegram, Deltan e Carlos Fernando teriam definido que Tessler não deveria estar sozinha na audiência do ex-presidente Lula, hoje preso. De acordo com as mensagens, Deltan só explicou qual era a reclamação de Moro depois de se certificar de que Carlos Fernando não estava visualizando as mensagens em um computador, que poderia ser visto pelos colegas. Carlos Fernando teria, ainda, assegurado que as mensagens seriam deletadas.

De acordo com reportagem do Intercept da semana passada, Moro se queixou a Deltan do desempenho de Tessler e recomendou que ela fosse submetida a um treinamento para fazer audiências. Indagado sobre a sugestão pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) Moro comentou, durante audiência no Senado, na quarta: “Não tem nada de anormal nessas comunicações”. De acordo com o ministro, essa demanda não interfiriu nos trabalhos do MP. “Tanto que essa pessoa continua e continuou realizando atos processuais e audiências”, disse.

Procurada pelo Estado, a força-tarefa da Lava Jato de Curitiba informou que não irá se manifestar. O Ministério da Justiça afirmou em nota que a mensagem atribuída a Moro “pode ter sido editada ou adulterada” pelo grupo criminoso que hackeou o seu celular.

O texto diz ainda que a troca de mensagens, “mesmo se autêntica nada tem de ilícita ou antiética”. Disse ainda que não há “nenhuma contradição com a fala do ministro ao Senado”.

Por -Estadão Conteúdo




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