Um dos mandados da Operação Huno, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (22), foi cumprido em Passo Fundo. De acordo com o delegado de Polícia Federal, Mauro Vinicius Soares de Moraes, há indicativos de envolvimento de um diretor de uma agência bancária da cidade no esquema de fraude. Como uma filha do suspeito reside em Passo Fundo, o mandado foi cumprido no endereço, mas nada foi encontrado no local.
A Operação Huno está em sua terceira fase, quando cerca de 30 agentes cumpriram mandados de busca e apreensão também no Rio Grande do Sul, sendo um em Porto Alegre e dois em Santa Cruz. A operação denuncia fraude de até R$ 17 milhões em transações financeiras no mercado clandestino de cigarros.
Dessa vez, a PF desconfiou de transações financeiras realizadas por uma das pessoas presas na segunda fase da operação, em março deste ano. O suspeito é empresário do ramo fumageiro e teria efetuado diversos empréstimos fraudulentos em instituições financeiras.
Ainda conforme o delegado, a investigação abrange vários contratos e, portanto, o valor total dos empréstimos realizados pelo suspeito é ainda maior.Os mandados de busca e apreensão foram realizados nas instituições financeiras que liberaram os empréstimos ao empresário.
Foram apreendidos computadores, pendrives, mídias óticas, extratos bancários, agendas, minutas de contrato e outros documentos. Os nomes das pessoas e instituições envolvidas não foram divulgados pela Polícia Federal, porque o inquérito corre em segredo de justiça.
HUNO
A Operação Huno foi deflagrada em novembro do ano passado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pará. Os ilícitos apurados pela investigação incluem associação criminal, receptação, falsificação de documentos, sonegação fiscal, exportação irregular de fumo, contrabando de cigarros, adulteração de produtos e pirataria.
Conforme a PF, os investigados utilizavam empresas de fachada para realizar contrabando de tabaco. O esquema envolvia fábricas no Paraguai e fábricas clandestinas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Nas fases anteriores da Operação Huno, a Polícia Federal prendeu um total de 21 pessoas e cumpriu 59 mandados de busca e apreensão. Além disso, foi determinado judicialmente o sequestro e arresto de 59 imóveis, 47 veículos e contas bancárias — patrimônio que totaliza aproximadamente R$ 79 milhões.