Substância bloqueia produção de placas de proteínas que causariam degeneração dos neurônios
Substância bloqueia produção de placas de proteínas que causariam degeneração dos neurônios | Foto: Divulgação CP
Depois de décadas de pesquisas infrutíferas, um novo medicamento para controlar o Mal de Alzheimer chegou à fase 3 de testes. O estudo em humanos da substância, em formato de tabletes, foi anunciado nesta semana em artigo da Science Translational Medicine, conforme reportagem da revista Scientific American.
A pesquisa foi liderada pelo laboratório Merck, com o composto verubecestat. O composto químico tem como alvo as placas de proteína que se acumulam no cérebro e são associadas à doença. “Esse momento representa mais de uma década de investimento no projeto de muitos cientistas”, destacou o líder do estudo, Matthew Kennedy.
Após testes em ratos e primatas, pequenos grupos de pessoas já tomaram a nova droga. A fase 3 permitirá avaliar a eficácia de médio a longo prazo e possíveis efeitos colaterais perigosos.
O verubcestat é um inibidor das moléculas BACE1 (Beta-site Amyloid precursor protein Cleaving Enzyme 1). Essa enzima esta envolvida na produção de amilóide beta (Ab), uma proteína que se acumula e forma placas no entorno dos neurônios. É um dos traços fisiológicos mais marcantes da doença.
Essas placas provocariam um fenômeno cascata de efeitos biológicos que causam a degeneração neurológica. A expectativa é que o bloqueio da BACE1 previna o acúmulo de proteínas e o avanço da doença. O primeiro teste envolverá 2 mil pacientes por 18 meses. Depois, 1,5 mil pacientes receberão a droga por dois anos.
Correio do Povo