Lula chama Bolsonaro de ‘covardão’ ao comentar suposto plano de golpe do ex-presidente
“Se há três meses a gente falava em golpe parecia apenas insinuação, hoje temos certeza que esse país correu sério risco de ter golpe em função das eleições de 2022. E não teve golpe, não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiserem fazer, não aceitaram a ideia do presidente, mas também porque o presidente é um covardão”, completou (sic).
De acordo com Lula, Bolsonaro “não teve coragem de executar aquilo que planejou” e ficou recluso no Palácio da Alvorada, “chorando quase que um mês”. Depois, citou que o ex-presidente embarcou para os Estados Unidos na expectativa de que, fora do país, “o golpe poderia acontecer, porque eles financiaram as pessoas nas portas dos quartéis para estimular a sequência do golpe”.
Na última semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes retirou o sigilo dos depoimentos relacionados à trama golpista. As informações prestadas por militares trouxeram mais informações sobre a suposta tentativa de golpe que o ex-presidente e aliados teriam tentado realizar depois das eleições de 2022.
Um dos depoimentos citados por Lula é o do ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior. Em sua fala à Polícia Federal, o militar afirmou que o ex-comandante do Exército Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro caso ele levasse à frente plano golpista. O ex-chefe teria dito, ainda, que não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional.
A investigação já encontrou “minutas” em endereços do ex-ministro da Justiça e no escritório do ex-chefe do Executivo, além de ter recuperado um vídeo de uma reunião ministerial na qual Bolsonaro e integrantes de seu governo tratariam sobre ações para impedir o pleito eleitoral daquele ano.
Os depoimentos afirmam que o ex-presidente teria apresentado aos comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, e da Marinha, Almir Garnier Santos, um documento com diversos pontos que, no fim, decretava a realização de novas eleições e a prisão de diversas autoridades do judiciário.
Radio Guaíba