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sexta-feira 22 novembro 2024
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Isolamento deve ser baseado em informação sólida, diz Teich

Teich fez o primeiro pronunciamento como ministro da Saúde nesta quinta-feira

Médico oncologista foi escolhido por Bolsonaro para substituir Mandetta no Ministério da Saúde

Teich fez o primeiro pronunciamento como ministro da Saúde nesta quinta-feira 

O oncologista Nelson Luiz Sperle Teich fez o primeiro pronunciamento após ser escolhido por Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira, como o novo ministro da Saúde. O médico vai substituir Luiz Henrique Mandetta, demitido do cargo por conta de divergências com o presidente. Em declaração no Palácio do Planalto, ele disse haver um “alinhamento completo” com o presidente Jair Bolsonaro, que instantes antes o anunciara como novo ministro.

O novo chefe da pasta afirmou que neste momento não haverá nenhuma definição “brusca” ou “radical” em relação à adoção de medidas de isolamento social no combate à Covid-19 — doença causada pelo novo coronavírus. Ele defendeu, no entanto, que qualquer ação deve estar baseada em informações sólidas.

“O que é fundamental hoje? É que a gente tenha informação cada vez maior sobre o que é que acontece com as pessoas em cada ação que é tomada. Como a gente tem pouca informação, como é tudo muito confuso, a gente começa a tratar a ideia como se fosse fato e a tratar toda decisão como se fosse um tudo ou nada”, disse.

Polarização 

Nelson Teich condenou, ainda, a polarização das áreas de saúde e economia durante a pandemia. “Quando você polariza uma coisa dessa, você começa a tratar como se fosse ‘pessoas versus dinheiro’, o ‘bem versus o mal’, ‘emprego versus pessoas doentes’, e não é nada disso”.

O novo ministro também exaltou o papel da estabilidade econômica para a manutenção e construção de uma saúde sólida para as pessoas. “Quanto mais desenvolvido economicamente é um país, mais você investe em educação, mais você investe em saúde, mais você tem recursos para ajudar a sociedade”, completou.

Papel da ciência

O médico também ressaltou o papel fundamental da ciência nas próximas ações do Ministério da Saúde, principalmente nas relacionadas aos protocolos de atendimento e, ainda, recomendações de medicamentos no tratamento contra a Covid-19.

Segundo Teich, quanto mais se entender a doença, mais rapidamente serão tomadas decisões como a de flexibilizar políticas de isolamento social. “As pessoas vão ter muita dificuldade de se isolar.”

Em um pronunciamento à imprensa, no qual repórteres não puderam fazer perguntas, Teich defendeu um amplo programa de testagem no país, bem como pesquisa com medicamentos e vacinas. “Tudo será de forma técnica e científica.”

Boa impressão

Teich se reuniu com o presidente pela manhã, quando, segundo interlocutores do presidente, causou boa impressão. O médico foi consultor da área de saúde na campanha de Jair Bolsonaro, em 2018, e é fundador do Instituto COI, que realiza pesquisas sobre câncer.

Em seu currículo em redes sociais, o oncologista também registra ter atuado como consultor do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, entre setembro do ano passado e março deste ano. Teich e Vianna foram sócios no Midi Instituto de Educação e Pesquisa, empresa fechada em fevereiro de 2019.

Teich teve o apoio da classe médica e contou a seu favor a boa relação com empresários do setor da saúde. O argumento pró-Teich no Ministério da Saúde é o de que ele trará dados para destravar debates “politizados” sobre a Covid-19.

O oncologista já havia sido cotado para comandar a Saúde no início do governo, mas perdeu a vaga para Mandetta, que havia sido colega de Bolsonaro na Câmara de Deputados.

Em artigo publicado no dia 2 de abril em sua página no LinkedIn, o escolhido para a Saúde critica a discussão polarizada entre a saúde e a economia. “Esse tipo de problema é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas, entre o bem e o mal”, afirma ele no texto.

Correio do Povo



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