Sem ser vista desde a idade média, outra conjunção similar a esta ocorrerá somente em 2080, daqui a 60 anos
“Do ponto de vista estritamente técnico, não é um fenômeno de grande importância já que a mecânica celeste é uma área bem conhecida e antiga da astronomia. Mas a importância vem da raridade de uma conjunção tão próxima assim”, explicou Roberto D. Dias da Costa, professor do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).
As conjunções entre esses dois planetas ocorrem a cada 20 anos. No entanto, o fenômeno deste ano será verdadeiramente excepcional, pois os planetas ficarão muito próximos um do outro, o que não acontece há centenas de anos. Outra conjunção com os planetas próximos ocorreu em 1623, “mas naquela ocasião os dois planetas estavam muito próximos do Sol e provavelmente ninguém observou. A conjunção mais semelhante e observável (já que era visível à noite) ocorreu em 1226, há quase 800 anos”, lembrou Costa.
Entre os dias 16 e 21 de dezembro, o alinhamento será visto em todos os pontos da Terra dos quais os planetas são vistos, o que equivale a praticamente todo o planeta, embora as condições de visualização sejam melhores perto da linha do Equador. “De todo o território brasileiro será possível ver”, afirmou o professor.
A distância mínima, porém, será no dia 21, que coincidentemente é o dia do solstício de verão, que marca o início do mesmo. “Mas nas noites imediatamente antes e depois dessa data, eles também estarão próximos”, adiantou.
Para quem quiser observar o fenômeno, “basta olhar na direção do pôr do sol no início da noite do dia 21 e observar os dois pontos brilhantes muito próximos um do outro. Nas noites imediatamente antes e depois dessa data eles ainda estarão bem próximos. Como é um fenômeno lento, provavelmente veremos muitas fotos circulando nas redes sociais”, disse Costa. Outra conjunção similar ocorrerá em 2080, daqui a 60 anos.
Correio do Povo