As operadoras de internet não gostaram nada da elevação do imposto, que irá afetar os custos da implantação das redes de fibra óptica que cortam cidades inteiras até entrar nos domicílios. A medida foi vista com preocupação por representantes dessas empresas, que citaram o risco de reajuste nos preços da internet.“A decisão resultará em aumento de custos para manutenção e expansão das redes de banda larga fixa no Brasil, trazendo impactos negativos sobre a viabilidade de investimentos no período. Além disso, a medida poderá refletir em aumento de preços aos consumidores”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), Mauricélio Oliveira Júnior.
Ele acrescentou que a banda larga no Brasil é um serviço que já migrou – na sua grande parte – das redes antigas de cobre para fibra óptica. Portanto, a decisão do governo afeta o setor em cheio. “Endereçar problemas de concorrência desleal através da elevação das tarifas de importação pode gerar distorções de longo prazo”, disse, referindo-se ao encarecimento da banda larga e interrupção no crescimento da cobertura.
A Conexis, que representa Vivo, Claro, TIM, Oi, Algar e Sercomtel, também manifestou preocupação. “Essa medida pode gerar impactos financeiros negativos, elevando os custos para as empresas de telecomunicações e, consequentemente, para o consumidor final”, afirmou o sindicato patronal. “O encarecimento das redes de fibra compromete o acesso a serviços de qualidade e a expansão da conectividade no País”, emendou.O dono da consultoria Teleco, Eduardo Tude, concorda que há risco de subida de preço da internet, embora não acredite que isso ocorrerá imediatamente. “Os revendedores devem ter algum nível de estoque. Então, nada deve mudar por enquanto. Na hora em que forem comprar de novo, importar, aí vamos saber qual será o impacto do custo maior”, disse Tude.
O consultor observa que a China é um forte exportador no mercado de telecomunicações e tem buscado os mercados compradores. “Eles têm escala e um custo de produção mais baixo”, afirmou. “Falar em dumping é discurso das empresas que fabricam aqui.
E o governo, em vez de aumentar o custo de importação, deveria incentivar o fabricante local para poder competir em melhores condições. Assim não haveria um aumento de custo para as empresas”.
Correio do Povo