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segunda-feira 25 novembro 2024
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Caso Marielle: porteiro mentiu sobre entrada em condomínio, diz MP

Promotora do Gaeco afirmou que Élcio de Queiroz entrou no condomínio com autorização de comparsa Ronnie Lessa

RIO DE JANEIRO 

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O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) afirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30) que o porteiro mentiu sobre quem autorizou a entrada do ex-PM Élcio Queiroz, acusado de participação na morte da vereadora Marielle Franco, no condomínio Vivendas da Barra, na zona oeste do Rio de Janeiro, no dia do crime.

Na terça-feira (28), uma reportagem da TV Globo teve acesso ao depoimento do porteiro, no qual ele afirmou à policia que Élcio teria obtido autorização para entrar no local após interfonar para a casa 58, que pertence ao presidente da República Jair Bolsonaro.

A versão foi desmentida pela responsável pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado). A promotora Simone Sibilio afirmou que o acesso ao condomínio foi liberado pelo comparsa do ex-PM, o sargento reformado da PM Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos que mataram Marielle e seu motorista, Anderson Gomes.

Sibilio ressaltou ainda que o MP-RJ confirmou a informação a partir de provas técnicas, como o confronto vocálico realizado em gravações apreendidas na portaria.

“Por que o porteiro lançou o número 58 [no registro]? Pode ser por vários motivos, que serão apurados. O fato é que as ligações comprovam que é Ronnie Lessa quem autoriza e que Élcio vai para casa de Ronnie Lessa”, disse a promotora.

A promotora explicou que a movimentação de entrada no condomínio foi apurada durante a investigação sobre o vínculo entre os acusados de terem executado Marielle e Anderson.

Segundo Sibilio, a primeira prova de que os dois haviam se encontrado no dia 14 de março de 2018, minutos antes do crime, surgiu após peritos analisarem o telefone apreendido de Ronnie.

Os técnicos encontraram no aparelho uma foto da planilha do controle de acesso ao condomínio. A imagem foi enviada por Elaine Lessa, mulher do acusado, em janeiro deste ano, um dia antes de ele prestar depoimento, quando ainda estava em liberdade.

Com isso, os investigadores decidiram tomar o depoimento do porteiro. O caso foi levado ao STF (Supremo Tribunal Federal) em razão da citação a Bolsonaro.

De acordo com Simone Sibilio, o porteiro pode ser processado por falso testemunho

Marcelo Camargo/Agência Brasil




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