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terça-feira 21 maio 2024
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Brasil tem 30 mortes diárias por HIV

Brasil tem 30 mortes diárias por HIV

Mais de 60% dos óbitos são de pessoas negras

Foto: Julia Prado/MS/ Divulgação
O Ministério da Saúde apresentou, nesta quinta-feira, o novo Boletim Epidemiológico de HIV/Aids no Brasil. Conforme os dados, 1 milhão de pessoas viviam com a doença no Brasil em 2022. Desse total, 90% (900 mil) foram diagnosticadas, 81% (731 mil) das que têm diagnóstico estão em tratamento antirretroviral e 95% (695 mil) de quem está em tratamento antirretroviral têm carga indetectável do vírus.
Conforme o boletim, o Brasil registrou queda de 25,5% no coeficiente de mortalidade por HIV/Aids nos últimos dez anos. Apesar da redução, cerca de 30 pessoas morreram da doença por dia no ano passado.
Em 2022, entre os casos de infecção pelo HIV notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 29,9% ocorreram entre brancos e 62,8% entre negros (13% de pretos e 49,8% de pardos).
No mesmo ano, entre os homens, 30,4% dos casos notificados ocorreram em brancos e 62,4% em negros (12,8% de pretos e 49,6% de pardos); entre as mulheres, 28,7% dos casos se verificaram em brancas e 64,1% em negras (13,8% de pretas e 50,3% de pardas). Para os casos notificados de Aids, o cenário também preocupa: dos 36.753 diagnosticados, 60,1% estão entre a população negra.
Estima-se que, atualmente, um milhão de pessoas vivam com HIV no país. Desse total, 650 mil são do sexo masculino e 350 mil do sexo feminino.
De acordo com o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, na análise considerando o sexo atribuído no nascimento, as mulheres apresentam piores desfechos em todas as etapas do cuidado. As porcentagens mostram a diferença: enquanto 92% dos homens estão diagnosticados, 86% das mulheres possuem diagnóstico; 82% dos homens recebem tratamento antirretroviral, mas 79% das mulheres estão em tratamento; e 96% dos homens estão com a carga viral suprimida – quando o risco de transmitir o vírus é igual a zero – mas o número fica em 94% entre as mulheres.

As informações do Ministério da Saúde é que no Brasil há insumos necessários para tratamento da doença, e que houve aumento, neste ano, em 5% da quantidade total de pessoas em tratamento antirretroviral em relação a 2022, o que totaliza 770 mil pessoas.

Durante a apresentação do Boletim, o Diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério, dr. Draurio Barreira, informou que uma das formas de prevenção contra o HIV é o uso da Profilaxia Pré-Exposição – PrEP- que é um método que consiste em tomar comprimidos antes da relação sexual, que permitem ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV.“Essa é nossa prioridade absoluta neste momento, expandir o uso de PrEP e de todas as formas de prevenção, preservativos internos, externos, testagem antes, testagem regular, e todas as formas combinadas para que a gente consiga realmente, mudar completamente a curva da epidemia no Brasil”.De acordo com o boletim epidemiológico, a Profilaxia Pré-Exposição é mais acessada pela população branca (55,6%), em comparação com as pessoas pardas (31,4%), pretas (12,6%) e indígenas (0,4%), dado que reforça a importância do detalhamento dos registros no SUS e a necessidade de ampliação de acesso para pessoas pretas e pardas.Para o início de 2024, o Ministério da Saúde prevê investir mais R$ 40 milhões em um edital nacional com o objetivo de envolver a sociedade civil na ampliação da prevenção e diagnóstico. O que inclui os movimentos sociais, universidades, fundações, sociedades científicas e Organizações Não-Governamentais (ONGs) em uma grande mobilização de saúde.FONTE

Luana Martins / Rádio Guaíba




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