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quarta-feira 15 maio 2024
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Bolsa fecha na pior queda desde 1998 e dólar termina no maior recorde histórico

Ações e moeda americana sentem os efeitos das inseguranças em relação ao avanço do novo coronavírusBolsa de Valores viveu outro dia de pânico em São Paulo

Bolsa de Valores viveu outro dia de pânico em São Paulo 

A Bolsa fechou em queda de 14,76% nesta quinta, 12, aos 72.598,16 pontos. É a pior queda desde 1998. E o dólar, que começou o dia na máxima histórica de R$ 5,0280, recuou às 16h52min e chegou ao valor mínimo do dia, a R$ 4,7521. Mas ainda assim, terminou em alta de 1,41%, cotado a R$ 4,7891 – o maior recorde histórico de fechamento.

O cenário passou a ficar um pouco menos caótico após o Banco Central americano, Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), anunciar um programa de injeção de liquidez no mercado americano, de US$ 1,5 trilhão, entre esta quinta-feira, 12, e sexta-feira, 13, por meio de operações de recompra de títulos. O índice DXY, que mede o dólar ante divisas fortes, desacelerou o ritmo de alta. Às 14h10min, o dólar à vista tinha alta de 1,30%, a R$ 4,7835. No mercado futuro, o contrato para abril tinha queda de 0,72%, a R$ 4,7865.

Após B3, Bolsa de Valores de São Paulo, reabrir as negociações, o índice Ibovespa perdeu os 70 mil pontos, atingindo 19% de baixas, às 13h52min, aos 68.515,79 pontos. O índice Ibovespa acumulou mais de 15% de queda e paralisou as negociações por duas vezes no dia. A primeira utilização do “circuit breaker”, nesta quinta-feira, 12, aconteceu menos de 20 minutos depois do início do pregão, com mais de 11% de queda. Por volta das 11h13min, o dispositivo foi acionado pela segunda vez. A primeira pausa durou 30 minutos. A segunda, uma hora.

Desde que foi adotado em 1997, o mecanismo de suspensão temporária dos negócios foi acionado 22 vezes. Mas é apenas a quarta vez que a suspensão por uma hora ocorre. Neste mês, a Bolsa de Valores já se desvalorizou 30,86% e, no ano, 37,72%.

Já são mais de 14 mil pontos de baixa no índice. Assim que o segundo “circuit breaker” foi acionado, o principal índice à vista da B3 tinha queda de 15,43%, aos 72.026,68 pontos, caindo mais de 13 mil em relação ao fechamento da véspera. “Nunca vi um pânico assim e que tem como fundamento uma pandemia”, diz Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante Ideias de Investimentos.

Dólar

O dólar também abriu as negociações nessa quinta-feira, 12, em forte alta. A moeda americana começou o dia cotada a R$ 5,0280, maior valor nominal (sem levar em conta a inflação) desde o início do Plano Real. Para conter a alta, o Banco Central tentou injetar no mercado US$ 3,5 bilhões, mas conseguiu vender apenas US$ 1,6 bilhão. Após essa ação do BC, a moeda americana flutua entre R$ 4,85 e R$ 4,90.

As Bolsas norte-americanas também entraram em “circuit breaker” instantes após a abertura. Por lá, as bolsas foram travadas em queda na faixa de 7,00%, enquanto na B3, o Ibovespa travou ao despencar 11,65%, aos 75.247,25 pontos. Às 10h53min, os índices americanos voltaram a operar.

Tudo isso acontece em meio às incertezas para a economia global provocadas pelo avanço do coronavírus e ao temor com os rumos do ajuste fiscal no Brasil, após o Congresso aprovar uma medida que cria um novo gasto de R$ 20 bilhões ao ano para o governo, o mercado financeiro vive mais um dia de perdas. Além disso, o mau humor voltou a se estabelecer entre os investidores depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite de quarta-feira, 11, a suspensão por 30 dias de voos da Europa para o país, exceto os que partirem do Reino Unido, como forma de conter a propagação do Covid-19.

Correio do Povo




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