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terça-feira 26 novembro 2024
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Lira: “Não posso fazer impeachment sozinho”

Presidente da Câmara dos Deputados disse não haver “materialidade” nos requerimentos nem ambiente político para essa decisão

AE
Lira afirmou que trabalha para manter um ambiente

Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados / CP

Lira afirmou que trabalha para manter um ambiente “estável e previsível”

Pressionado a abrir um dos mais de 100 pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que o início de um processo de afastamento é uma decisão política que não depende apenas dele. Lira já disse não haver “materialidade” nos requerimentos nem ambiente político para essa decisão, e foi questionado sobre por que, neste caso, simplesmente não indefere os pedidos. “Essa é uma decisão política”, afirmou. “Neste momento, temos que trabalhar mais para pôr água na fervura do que para botar querosene.”

O presidente da Câmara afirmou que trabalha para manter um ambiente “estável e previsível”, que permita a votação de reformas e matérias importantes na Casa. “Sobre esse assunto, já estou cansado de dizer e repetir. Não posso fazer esse impeachment sozinho. Erra quem pensa que a responsabilidade é só minha. Ela é uma somatória de características que não se configuram, algo que é dito por mim, pelo presidente (do DEM) ACM Neto, pelo ministro (do Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, para citar alguns”, afirmou

Apesar da declaração de Lira, a decisão de dar andamento ao processo é exclusiva do presidente da Câmara. Para afastar o presidente, seriam necessários, no mínimo, 342 votos no plenário – um cenário que hoje é considerado improvável.

Lira disse que o País precisa se “acostumar” ao processo democrático e assegurou a realização de eleições em 2022, sem citar o presidente Jair Bolsonaro, que disse na semana passada que a disputa não seria realizada se o Congresso não aprovasse a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso – uma das principais bandeiras de sua base, que levanta dúvidas sobre a validade da urna eletrônica sem apresentar qualquer prova de fraude.

“Quando eu parto para defender eleição, quando se estava contestando eleição, a manchete que vem é Arthur não vai pautar o impeachment. Isso não pode ser via de regra. Daí a possibilidade, que hoje, inclusive, foi muito bem aceita, da discussão de se votar um semipresidencialismo já para 2026, como forma de se estabilizar mais o processo político dentro do Congresso Nacional”, disse.

Lira disse ainda que tem falado diariamente por telefone com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. O presidente do STF sugeriu a realização de uma reunião entre os chefes dos poderes nesta semana e, de acordo com Lira, isso deve ocorrer amanhã, 14, às 9h. “Isso é normal, importante e salutar. É conversando que as coisas se adaptam.”




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