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sábado 23 novembro 2024
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Motoristas dizem ter visto Lázaro com mochila e camisa branca

Policiais rodoviários federais interceptam condutores em busca de informações sobre o paradeiro do “serial killer” Lázaro Barbosa

Foto: RecordTV/Reprodução
Assim que os ocupantes do veículos passaram a informação à polícia, diversas viaturas deixaram o ponto de boqueio em direção ao local apontado como o destino de Lázaro. Outras viaturas da polícia chegaram para render as equipes e dar sequência à abordagem dos veículos.

Caçada a Lázaro

Quase 300 agentes de segurança entraram, neste domingo (20), no 12º dia de buscas em Cocalzinho de Goiás (GO) por Lázaro Barbosa. O rapaz supostamente se esconde numa área de mata há quase duas semanas e desafia as autoridades locais, que tentam capturá-lo com operações diárias.

Além dos 270 agentes públicos, o cerco a Lázaro inclui o uso de um drone da PF (Polícia Federal) com uma câmera termal, capaz de detectar diferenças de temperatura, cães farejadores, blitze nos veículos que circulam pela região e ainda até policiais especialmente treinados em ambiente de caatinga e cerrado.

Em todas as saídas das estradas locais, a qualquer condição de suspeita, os policiais param os automóveis para averiguar a possibilidade do homem de 32 anos se esconder nos porta-malas dos veículos. As autoridades sabem que Lázaro viveu como mateiro e criador de animais durante muito tempo. Portanto, ele tem conhecimento do terreno e do clima e, segundo as investigações, é um assassino frio e calculista.

População amedrontada

Com medo de ser abordada pelo “serial killer”, Jorlene Costa dorme há dois dias dentro de um veículo estacionado em frente a uma base da força-tarefa da polícia na cidade do interior de Goiás. Jorlene está grávida e é acompanhada dos filhos.

“Estou aqui para proteger meus filhos porque uma mãe mata e morre pelos filhos. Tô grávida e estou aqui pelos meus filhos. Vamos voltar aqui quantas vezes forem necessárias. Tenho lutado com isso”, explicou.

“Há dois meses estamos em pânico na minha região. Tem testemunha, tem boletim de ocorrência e a gente vive em pânico”, disse Jorlene. “Uns 20 dias antes de ele fazer a primeira família vítima em Ceilândia, ele matou duas pessoas na minha região”, relembra.

A mulher diz que faz parte de uma associação de moradores da região de Cocalzinho que defende que caçadores devem se juntar às equipes de polícia para encontrar o serial killer. “Queria que os caçadores da minha comunidade entrassem junto com a polícia, mas minha voz não foi ouvida. O meu marido conhece a fazenda, cada vizinho conhece sua a fazenda e entrariam junto com a polícia e cercaria. Acredito que em 3h ou 4h eles pegariam [Lázaro] com toda certeza”, argumenta.

A associação, segundo ela, compartilha informações sobre como se proteger de Lázaro e manter vigília para evitar ataques. “A gente tem um grupo caso ele apareça. Muitos não têm sinal [de internet], na minha casa só tem um lugarzinho que pega e mal”, diz. “Começamos a nos vigiar por medo e por ele estar matando. Ninguém está [disposto] a dar sua vida de graça. Primeiro, ele matou um vizinho. Não tenho a minha vida e dos meus filhos para dar de graça”, finaliza.

Homem que se passava por policial

Nas buscas por Lázaro, a equipe formada pela Polícia Militar de Goiás, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal prendeu, na noite de sábado (19), um homem de 23 anos que se identificava como policial federal para tentar participar da operação.

A prisão ocorreu no km 30 da BR-070, em Cocalzinho de Goiás. O homem abordava as equipes na rodovia, dizendo ser policial federal e que estava atrasado para incorporar sua equipe, que se encontrava mais à frente. Segundo a Polícia Rodoviária Federal do Distrito Federal, trata-se falsidade ideológica.

Cerca de 40 minutos depois, o homem retornou abordando as equipes e disse que precisava de apoio para desarmar uma pessoa alcoolizada em uma propriedade rural. O crime também foi classificado como usurpação de função pública, ao convencer uma equipe da Polícia Militar de Goiás a acompanhá-lo em uma suposta ocorrência. O homem foi preso em flagrante.

Investigação digital

Além da cruzada para capturar o fugitivo, a polícia civil de Goiás também abriu uma investigação nas redes sociais para identificar os autores de perfis que fazem apologia ao criminoso. “A delegacia estadual de crimes cibernéticos instaurou investigação para apurar a autoria e propriedade dos perfis em redes sociais que realizam apologia, ou seja, exaltação à imagem e à prática dos crimes por Lázaro Barbosa”, explicou a delegada titular da Dercc (Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos), Sabrina Leles.

“Essa ação deve ser repreendida para que essas práticas criminosas não tenham uma conotação de exaltar a imagem e os crimes tão bárbaros cometidos por esse criminoso. […] As chamadas fake news, baseadas em inverdades, sejam no todo ou em partes, podem ser caracterizadas como crimes, previstos no Código Penal. […] Esses crimes […] trazem grande prejuízo à apuração policial, já que a polícia empreende diligências com base em notícias mentirosas”, disse.

Cadela de Brumadinho em Goiás

A força-tarefa ganhou o reforço de três cães especializados em resgate e captura de pessoas no sábado (19) – veja fotos e vídeos abaixo. A informação é do Corpo de Bombeiros de Goiás.

Entre eles, está Cristal, cadela da raça Border Collie que ficou famosa ao ajudar nas buscas por desaparecidos na tragédia da Vale em Brumadinho (MG) em janeiro de 2019, que matou 270 pessoas. Parceira do 2° Sargento Costa, Cristal foi treinada para detectar, pelo faro, pessoas vivas ou mortas a partir de algum vestígio.

A Border Collie terá a companhia do Pastor Alemão Dart, que é dupla do ST Soares, e do Bloodhound Hope, parceiro do Cabo Veloso.

Trajetória criminal

Duplo homicídio, roubo e estupro. A trajetória de Lázaro Barbosa, de 32 anos, é marcada por crimes, prisões e fugas de cadeias. Segundo informações da Record TV, em 2013, um laudo atestou que ele tem comportamentos característicos de um psicopata agressivo, com temperamento agressivo e impulsivo.

Em 2007, na cidade de Barra do Mendes na Bahia, ele teria matado dois homens que tentaram ajudar uma de suas vítimas. Ele ficou desaparecido por 15 dias escondido em uma região mata e se entregou à polícia machucado.

Em 2009, Lázaro foi preso por suspeita de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogono Ditrito Federal. Em 2014, ele ganhou o direito de ir para o regime semiaberto. Dois anos depois, fugiu do Complexo Penitenciário da Papuda (CPP). Em 2018, ele foi preso pela polícia de Goiás, mas em julho abriu um buraco no teto do presídio de Águas Lindas e Goiás e conseguiu fugir.

Em 2020, ele quase matou um idoso com golpes de machado depois de invadir uma chácara em Santo Antônio do Descoberto. Em abril de 2021, invadiu uma propriedade localizada em Sol Nascente e estuprou uma mulher em uma região de mata.

Em junho, Lázaro começou a desafiar as forças de segurança de Brasília e Goiás. Neste sábado, completam 11 dias que a polícia faz buscas pela região do cerrado de Goiás para encontrá-lo. De acordo com informações da Record TV, Lárazo teria sido avistado por um helicóptero em uma gruta de Águas Lindas de Goiás, uma região do cerrado de Goiás.

Segundo a polícia, ele teria se perdido em uma região de savana. Por isso, policiais treinados para atuar nesse tipo de bioma fazem buscas em uma área com raio de 8 km. A equipe de agentes trabalhou durante toda a madrugada para encontrá-lo. O perímetro de buscas vai de Águas Lindas de Goiás a Cocalzinho, no mesmo estado.




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