Em todo o Rio Grande do Sul foram invadidas cerca de 90 instituições e servidores que tiveram dados exposto
A reportagem do Correio do Povo teve acesso à listagem das prefeituras e câmaras municipais que foram alvos da organização criminosa de hackers que está na mira da Polícia Federal com a operação “Capture the flag”. A ação foi realizada ao amanhecer desta sexta-feira nas residências de um adolescente de 17 anos em Porto Alegre e de um jovem de 19 anos em Nova Bassano, além da casa de um menor de 17 anos em Fortaleza, no Ceará. Houve o recolhimento de computadores, mídias e documentos que serão agora periciados. “As buscas foram um sucesso e acessamos os dados nos computadores”, adiantou o superintendente regional da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, delegado José Antônio Dornelles de Oliveira. “Vamos analisar o material apreendido e ver o que tem de mais concreto”, resumiu.
O grupo criminoso acessou também, por exemplo, cerca de 4 mil dados da Universidade de São Paulo (USP) e em torno de 5 mil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), inclusive de professores e estudantes. Nem as instituições militares e os seus efetivos escaparam da ação hacker. “Causou preocupação a invasão de dados inclusive pessoais de servidores públicos e de militares. Isso coloca em risco a segurança de todos esses servidores e até a segurança nacional”, avaliou o delegado José Antônio Dornelles de Oliveira. “Eles faziam ameaças aos órgãos e agentes públicos”, lembrou.
Conforme a listagem em poder dos policiais federais, o grupo hacker invadiu os sites das prefeituras de Boa Vista do Buricá, Santo Antônio das Missões, Santo Cristo, São José do Inhacorá, São Luiz Gonzaga, São Martinho, São Nicolau, São Paulo das Missões, São Valério do Sul, Sete de Setembro, Tiradentes do Sul, Tucunduva, Tuparendi, Alecrim, Bossoroca, Caibaté, Cândido Godói, Capão do Cipó, Cerro Largo, Dezesseis de Novembro, Giruá, Independência, Itacurubi, Nova Candelária, Nova Esperança, Novo Machado, Pirapó, Porto Lucena, Porto Mauá, Porto Vera Cruz, Porto Xavier, Redentora, Rolador, Ronda Alta, Roque Gonzales, Santa Barbará do Sul e Sede Nova.
Já as câmaras municipais gaúchas atacadas foram de Cerro Largo, Novo Machado, Pirapó, Porto Mauá, Porto Vera Cruz, Porto Xavier, Rolador, Roque Gonzales, Santo Antônio das Missões, São José do Inhacorá, São Luiz Gonzaga, São Martinho, São Miguel, São Nicolau, São Valério do Sul, Sete de Setembro, Três de Maio, Tuparendi, Vitória das Missões, Campina das Missões, Alecrim, Alegria, Bossoroca, Caibaté, Dezesseis de Novembro, Maurício Cardoso, Independência, Itacurubi, Mato Queimado, Santa Barbará do Sul e Tenente Portela.
Estão sendo investigados os crimes de invasão de dispositivo informático, corrupção de menores, estelionato e organização criminosa. Para o titular da Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, delegado Alessandro Maciel Lopes, a vaidade também motivava o grupo hacker mas “não diminui a responsabilidade do crime pelos danos causados ao expor instituições e servidores públicos”. Na opinião dele, trata-se de uma verdadeira organização criminosa com um grau de periculosidade. “A conduta de cada um será apurada”, afirmou.
Correio do Povo