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segunda-feira 25 novembro 2024
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PF recolhe câmera usada para gravar reunião ministerial e vai fazer perícia

Análise visa detectar se houve qualquer tipo de edição no vídeo da reunião ministerial antes da entrega da gravação ao STFA íntegra da gravação foi tornada pública por Celso de Mello na sexta-feira

A íntegra da gravação foi tornada pública por Celso de Mello na sexta-feira 

O equipamento será enviado para perícia com objetivo de detectar se houve qualquer tipo de edição do vídeo antes da entrega da gravação, no início de maio, pela Advocacia-Geral da União (AGU).

De acordo com despacho da Polícia Federal, a mídia original onde o vídeo foi registrado, como cartão ou dispositivo de memória externo, devem ser entregues junto com informações sobre o histórico da mídia, ou seja, se foi reutilizada, formatada ou se passou por qualquer tipo de procedimento. Em caso positivo, o governo deverá informar detalhadamente o que foi feito.

A íntegra da gravação foi tornada pública pelo ministro Celso de Mello na sexta, atendendo pedido do ex-ministro Sérgio Moro. A gravação é considerada peça-chave no inquérito que apura as acusações de interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal.

Entre palavões e ameaças, as imagens mostram o presidente cobrando mudanças no governo e fazendo pressão sobre Moro e os demais auxiliares sob a alegação de que não vai esperar “foder a minha família toda”.

“Mas é a putaria o tempo todo pra me atingir, mexendo com a minha família. Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira”, disse Bolsonaro.

O Planalto alega que, neste momento, o presidente se referia à sua segurança pessoal no Rio de Janeiro, a cargo do Gabinete de Segurança Institucional, sob comando do ministro Augusto Heleno. Ele não faz nenhum apontamento sobre a declaração durante a reunião. Moro, por sua vez, acusa o presidente de ameaçar demiti-lo caso não aceitasse a saída de Maurício Valeixo da direção-geral da PF e a substituição do comando da corporação no Rio de Janeiro, foco de interesse da família presidencial.

Bolsonaro também reclamou que não poderia “ser surpreendido com notícias” e questionou relatórios que recebia dos órgãos de inteligência. “Pô, eu tenho a PF que não me dá informações”, reclamou.

“A pessoa tem que entender. Se não quer entender, paciência, pô! E eu tenho o poder e vou interferir em todos os ministérios, sem exceção”, disse Bolsonaro. “E não dá pra trabalhar assim. Fica difícil. Por isso, vou interferir! E ponto final, pô! Não é ameaça, não é uma … urna extrapolação da minha parte. É uma verdade”, afirmou Bolsonaro, olhando para o lado onde estava Moro.

Sistema particular

Durante a reunião, Bolsonaro afirmou que tem um “sistema de informação particular”, mas não deu detalhes sobre como funciona esta organização que o mantém municiado.

“Sistemas de informações, o meu funciona. O meu particular funciona. Os que têm oficialmente, desinforma. E voltando ao tema prefiro não ter informação a ser desinformado em cima de informações que eu tenho”, reclamou Bolsonaro na reunião.

Após a liberação do vídeo da reunião, Bolsonaro foi questionado sobre o sistema de informação e disse que se trata de um  grupo com “uma pessoa da imprensa, policiais e militares”.

“É um colega de vocês da imprensa que com certeza eu tenho, é um sargento no Batalhão de Operações Especiais no Rio, um capitão do Exército de um grupo de artilharia em Nioaque, um policial civil em Manaus. É um amigo que eu fiz em um determinado local faz anos, que liga pra mim e mantém contado pelo zap (WhatsApp). São essas informações que eu tenho pessoal minha. Descubro muitas coisas, que lamentavelmente não descubro via inteligência oficial, que é a PF, Marinha, Aeronáutica e Abin”, disse.

Correio do Povo




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