Deputado ex-líder do governo questionou “moralidade” de pessoas pagas com dinheiro público tomarem essas ações
“Quanto você tem assessor de deputado, pago por dinheiro público, fazendo memes e ataques virulentos, sendo bancado com dinheiro público, não parece que isso passe perto da moralidade”, disse Joice. A deputada relatou que está “mapeando” perfis que disseminam fake news que ela suspeita serem ligados aos filhos do presidente. Há ao menos 20 perfis do Instagram e 1,5 mil páginas no Facebook ligados a essa operação, segundo Joice.
“Tem alguns perfis, que já estão identificados, que inclusive fazem parte, estão ou estiveram nas mãos de assessores dos meninos, do Flávio, do Eduardo e do Carlos”, disse. “Através dos ataques que foram feitos a mim, eu comecei a mapear.”
A deputada do PSL de São Paulo disse que não fazia parte do “time de fake news” disseminadas antes e depois das eleições do ano passado, porque “punha o rosto” à mostra nas informações que divulgava. Joice declarou que sua “orelha começou a ficar em pé” quando os ex-ministros Santos Cruz e Gustavo Bebianno começaram a ser atacados. “Quando Santos Cruz foi achincalhado nas redes, resolvi dar uma atenção um pouco maior para entender o que estava acontecendo.”
Joice acrescentou que vai procurar o Ministério Público, fazer um boletim de ocorrência e denunciar ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara ataques de “fake news” e montagens dos quais é alvo. Enquanto esses ataques são realizados, declarou, há problemas para resolver, como o pacote anticrime parado no Congresso.
Ela reclamou de montagens feitas com a foto dela com “bichos e corpo de porco”. “É uma coisa muito baixa que não ajuda o Brasil”, protestou. Joice disse ainda que a saída da liderança do governo no Congresso foi um alívio. “Minha lealdade sempre foi inquestionável. Não esperava uma gratidão, mas um pouquinho de respeito. Agora, esses ataques da meninada nos grupos está ficando muito ruim, mas tenho o couro duro, não tenho medo”, declarou.