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sexta-feira 22 novembro 2024
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Ceará vai transferir pelo menos 20 detentos para presídios federais

Estado sofre com ataques desde quarta-feira

Força Nacional de Segurança Pública faz policiamento em ônibus da capital cearense por conta de ataques | Foto:  José Cruz / Agência Brasil / CP

Força Nacional de Segurança Pública faz policiamento em ônibus da capital cearense por conta de ataques | Foto: José Cruz / Agência Brasil / CP

Em meio à crise na segurança pública, o governo do Ceará anunciou na noite deste domingo que vai transferir nas próximas horas pelo menos 20 detentos para presídios federais. O número de transferências pode aumentar nos próximos dias uma vez que, de acordo com o Estado, o Ministério da Justiça já confirmou que vai oferecer 60 vagas nas cadeias federais.

Um preso já foi transferido, mas o governo não revelou para qual presídio ele foi encaminhado. A negociação das transferências foi feita diretamente entre o governador Camilo Santana (PT) e o ministro da Justiça, Sérgio Moro. A pasta federal já vem auxiliando na crise de segurança cearense com o envio de homens da Força Nacional de Segurança.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) informou neste domingo que já são 110 as pessoas presas por suspeita de envolvimento com os ataques violentos que vêm sendo registrados no Estado desde a última quarta-feira. Em nota, a pasta disse que 34 dos detidos são adolescentes e acrescentou que, na última madrugada, dois suspeitos não identificados morreram em troca de tiros com a PM no bairro Granja Portugal, na zona oeste de Fortaleza.

Segundo a SSPDS, os suspeitos tentaram atear fogo a um posto de atendimento do Departamento Estadual de Trânsito. A polícia acabou por apreender coletes balísticos, um revólver calibre 38, munições, coquetéis molotov, galões de combustíveis e um veículo. Um policial foi ferido no incidente, mas não corre risco de vida.

Onda de violência

Dezenas de ataques a prédios, bancos e ônibus foram registradas em Fortaleza e no interior do Estado na última semana. Investigações do governo do Ceará apontam que as ordens para as ações partiram das facções Comando Vermelho e da Guardiões do Estado. Os crimes aconteceram um dia após o secretário da recém-criada pasta de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, ter dito que não reconhecia facções e que não iria mais separar presos de acordo com a ligação com esses grupos.

Por determinação do Ministério da Justiça e Segurança, 300 homens da Força Nacional se uniram aos agentes do Estado para conter a violência. O governo do Ceará, por sua vez, empossou na sexta-feira 373 novos policiais militares, que reforçam o patrulhamento nas ruas e 34 policiais rodoviários federais, nas BRs. Outro reforço veio do governo baiano, que mandou 100 PMs.

Os ônibus em Fortaleza passaram a ser escoltados por policiais militares para inibir as ações criminosas e a Polícia Militar do Ceará vêm realizando blitze em bairros e avenidas estratégicas da capital.




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