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domingo 24 novembro 2024
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Cientistas pedem proibição do desenvolvimento de “robôs assassinos”

Carta aberta aponta risco de aplicação de unidades completamente autônomas para civis

Carta aberta aponta risco de aplicação de unidades completamente autônomas para civis | Foto: Paramount/Divulgação CP

                                                | Foto: Paramount/Divulgação CP
Milhares de cientistas e personalidades, incluindo o famoso astrofísico britânico Stephen Hawking e o co-fundador da Apple Steve Wozniak, lançaram nesta terça-feira um apelo pela proibição de armas ofensivas autônomas ou, mais gravemente, “robôs assassinos”. “As armas autônomas escolhem e atacam alvos sem intervenção humana e foram descritas como a terceira revolução na prática da guerra, após a pólvora e as armas nucleares”, apontam os signatários de uma carta aberta, publicada na abertura da Conferência Internacional sobre Inteligência Artificial (IJCAI), em Buenos Aires.

“A tecnologia da inteligência artificial (IA) atingiu um ponto onde o uso destes sistemas é, praticamente e legalmente, factível não apenas em décadas, mas nos próximos anos”, salientou o documento com assinaturas de Harvard, Berkeley, Cambridge, Liège (Bélgica), Paris e Humboldt de Berlim.
O famoso empreendedor de alta tecnologia Elon Musk – dono da Tesla (carros elétricos), SolarCity e SpaceX (tecnologia espacial) – o prêmio Nobel de física Frank Wilczek e o co-fundador do Skype, Jaan Tallinn, também aparecem entre os signatários da petição. Estes robôs assassinos, que poderiam tomar a decisão de matar sem controle humano – diferentemente dos drones, que necessitam da intervenção humana – preocupam cada vez mais a ONU, cientistas e defensores dos direitos humanos. Duas reuniões de especialistas no tema já ocorreram em Genebra, no âmbito da Convenção da ONU sobre o uso de armas “clássicas”.
Os críticos temem que estes robôs não sejam capazes de diferenciar entre civis e combatentes, ou que programem ataques desproporcionais sobre populações inocentes. Estas armas do futuro podem interessar aos militares, já que reduzem o risco de perdas humanas no campo de batalha, mas “diminuem também o custo de um envolvimento no combate” e fazem temer uma nova corrida bélica, ressalta o documento. “Diferentemente das armas nucleares, estes robôs não precisam de caros investimentos ou de matérias-primas difíceis de obter. É apenas questão de tempo até que elas apareçam no mercado clandestino e caiam nas mãos de terroristas, ditadores e ‘senhores da guerra’ que desejem perpetrar uma limpeza étnica, por exemplo”, garantem.
A inteligência artificial “oferece um grande potencial para o benefício da humanidade”, mas não deve ser “desacreditada” pela criação de armas ofensivas, insistem. No cinema, o apocalipse das máquina já foi retratado em filmes como “Exterminador do Futuro” e com outra perspectiva em “Robocop”.
Uma proibição de armas que ainda não existem seria algo inédito. Em 1998, lasers que provocam cegueira foram proibidos antes de serem desenvolvidos em grande escala. 

Fonte Correio do Povo.



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