Senador volta a posto de destaque seis meses depois de aparecer em gravação sobre “estancar sangria” da Lava Jato
Senador volta a posto de destaque seis meses depois de aparecer em gravação sobre “estancar sangria” da Lava Jato | Foto: José Cruz / ABr / CP
Menos de seis meses após ter deixado o cargo de ministro do Planejamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) assumirá a função de líder do governo no Congresso. Jucá foi escolhido pelo presidente Michel Temer para substituir a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), que acabou se indispondo com a base aliada após criticar a ausência de líderes em sessões de interesse do Palácio do Planalto.
Apesar da saída oficial de Jucá do Planejamento, ele nunca deixou de frequentar o Planalto, de participar de reuniões com Temer ou de influir nas decisões do Ministério. O senador entregou o cargo em 24 de maio, 12 dias após Temer assumir a presidência como interino, após vir à tona uma gravação na qual o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado sugeria a existência de um pacto para conter a Lava Jato.
No diálogo, ocorrido semanas antes da votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff pela Câmara, Jucá dizia que era preciso mudar o governo para “estancar essa sangria”, numa referência ao avanço da Lava Jato. Alvo da operação, o senador deixou o governo dizendo que provaria sua inocência e poderia retornar ao Planejamento. Isso, porém, não ocorreu.
A nomeação de Jucá, presidente do PMDB, deve sair na semana que vem. De acordo com informações obtidas pelo Estado, Rose de Freitas ficou aborrecida com a troca. A senadora foi escolhida por Temer principalmente porque o governo apresentava uma carência de mulheres em postos de destaque. Ao protestar contra a falta de mobilização da base aliada em uma sessão do Congresso convocada para analisar a liberação de recursos para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), no mês passado, Rose subiu à tribuna para reclamar dos colegas e disse que não era “babá” para acordar senador e deputado.
Jucá sempre teve o desejo de substituir o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Até agora, porém, o nome mais cotado para ocupar a cadeira de Renan é o de Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Correio do Povo