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quarta-feira 24 abril 2024
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Projeto Universal nos Presídios distribui mais de 6 mil kits de higiene para casas prisionais do RS

Ações permanentes também são realizadas em outros estados do país

Foto: Reprodução / CP

Programa também realiza cursos profissionalizantes dentro de presídios gaúchos

Ações permanentes também são realizadas em outros estados do país

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), feito antes da pandemia, mostrou que os problemas de higiene dentro das cadeias e centros penitenciários contribuem com mais de 60% das mortes nos presídios brasileiros. Os detentos respondem, por exemplo, por 10,5% de casos de tuberculose no Brasil. A incidência da doença nas cadeias chega a ser 4.500% maior do que fora delas.

Para facilitar o acesso da população carcerária aos produtos de higiene, milhares de voluntários do projeto Universal nos Presídios (UNP) se uniram numa ação realizada em todo o Brasil. A UNP realizou mais uma ação solidária em mais de 600 penitenciárias de todo o País. Aqui no Rio Grande do Sul, onde mais de 100 voluntários participaram do trabalho, mais de 20 casas prisionais foram beneficiadas com kits de higiene direcionados aos detentos. Na Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central), a maior casa prisional do Estado, foram entregues 800 kits completos para os apenados.

Além disso, simultaneamente outros vinte presídios gaúchos foram beneficiados. No total, foram entregues 6.443 kits de higiene que juntos somam 32.235 mil itens de diversos segmentos. A ação contou com o apoio da igreja e, ainda, de outros 36 mil voluntários que, direta ou indiretamente, colaboraram com os itens higiênicos e todo o processo de higienização e montagem.

Em todo o Brasil, foram contemplados 500 mil detentos, ou seja, mais da metade da população carcerária no país que já ultrapassa 711 mil. A ação da Universal foi desenvolvida desde o responsável da pasta de Segurança Pública e Justiça, o ministro Anderson Torres, os secretários de segurança dos 26 estados mais o Distrito Federal e, também, os gestores responsáveis pelas unidades.

O programa UNP é permanente e tem como objetivo a ressocialização de detentos e apoio à família. Um projeto social e humanitário que vai muito além das doações. Conforme o responsável pela UNP no Brasil, Clodoaldo Rocha, já são quase quatro décadas em que existe o projeto. “O trabalho acontece continuamente, não é apenas uma ação como essa, temos dado suporte a todas as unidades do Brasil”, declarou. “Sabemos que, neste momento da pandemia, a higiene é algo muito importante para a prevenção da Covid-19 e outras doenças”, explicou Rocha.

Segundo ele, os problemas de saúde são as causas  que matam muito mais que a própria violência e rebeliões dentro dos presídios. “Úmidas, sem luz natural e lotadas, as celas ajudam a espalhar diversas patologias”, reiterou. Para reduzir o impacto causado por essas doenças a UNP tomou a iniciativa de realizar, pela segunda vez, a ação de distribuição dos kits de higiene.

Conforme Rocha, a vontade de ajudar a população carcerária é maior do que todas as dificuldades existentes para organizar uma logística que precisa cobrir milhares de quilômetros de um país imenso, além de respeitar, rigorosamente, todos os decretos sanitários locais. “A vida das pessoas têm um valor incalculável, e por isso não medimos esforços. E ações como esta acabam despertando no presidiário a compreensão que ele tem um valor muito grande. Ainda que esteja abandonado pela família e desacreditado pela sociedade, é possível a transformação”, pontuou.

De acordo com o pastor Charles Aguiar, da organização da ação no RS, a UNP também realiza um trabalho de cursos profissionalizantes dentro dos presídios, como corte de costura e barbearia, além de duas hortas que estão sendo feitas. “No próximo mês, a UNP deve promover a realização de um curso de instalação e manutenção de ar-condicionado”, afirmou. Além disso, doações de roupas também são encaminhadas com frequência aos presídios e as famílias dos reclusos são acompanhadas pelas equipes da UNP.

Além do Brasil, o projeto UNP também está presente em mais de 55 países. Quem quiser colaborar com a ação social pode entregar itens de higiene para doação em qualquer um dos 8,7 mil templos espalhados por todo o País. A próxima etapa da campanha será em julho.

Correio do Povo




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