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segunda-feira 29 abril 2024
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Vovó – Viviane M Foresti

Vovó

A vovó clássica é aquela criatura barrigudinha, cheia de rugas e cabelos brancos que os netos com seus dedinhos minúsculos não param de apontar.
Ok, hoje não mais, ao menos não para todas.
Graças a Deus existem as tintas para cabelo e cirurgiões plásticos para as mais corajosas e para nossa sorte não precisamos mais usar um chambre de bolinhas e uma ramona no cabelo.
Está certo, estamos longe da imagem de nossas avós, mas o conceito continua o mesmo.
Somos aquelas que adoram mimar e defender os netos de seus pais intolerantes.
Somos as advogadas dos pequenos capetas, as únicas que enfrentam seus pais de cima, capazes de dar-lhes um pito sem sermos confrontadas.
Somos aquelas que rolam no chão, fazem casinha embaixo da mesa da sala, montam barracas com cobertores e só fazem suas comidas prediletas.
Causamos ciúmes em nossos filhos, por não tratá-los com a mesma rigidez e não cobrarmos a mesma disciplina, com que os educamos.
Mas ser avó é ter filhos sem cobrança, sem a responsabilidade que tínhamos com o nosso futuro e consequentemente, o deles.
É um amor incondicional que recebemos de presente em um momento em que a casa ficou vazia e estamos questionando nossa vida e nossa utilidade neste mundo de Deus.
Ao menos enquanto são pequenos, somos suas heroínas, mais tarde, talvez nos tornemos obsoletas, mas até lá devemos aproveitar o máximo esta última oportunidade, ou penúltima, se tivermos a sorte de vermos nossos bisnetos.
Eu, quero ser lembrada, como lembro de meu Nonno, um avô que esteve presente em todos os momentos importantes da minha vida.
Alguém que quando chega traz alegria e que está presente nos bons e maus momentos.


Viviane M Foresti




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