Você não sabe qual é peso de usar essa farda, não sabe o tamanho do amor também.
Você que fica na frente da televisão assistindo todos os dias o quanto a policia é corrupta, violenta e barata.
Não sabe qual é o preço de chorar em cima do caixão de um amigo.
Você que comemora quando no jornal é mostrado os poucos que se sujam, não sabe o nojo que temos de um ladrão que se disfarçou em um de nós e infelizmente manchou nossa reputação.
Os direitos humanos são para todos, menos para os humanos fardados.
Os direitos humanos são para todos os humanos, inclusive os errados.
Eu gostaria de mostrar a todos vocês o quanto dói ver a roupa que visto todos os dias para trabalhar suja de sangue, caída no chão e cobrindo um outro ser humano que como eu beijou o filho na testa e prometeu voltar para casa.
Gostaria que muitos aqui viessem a entender como é ser tratado como bandido, quando o verdadeiro bandido é defendido pela comoção publica.
A sociedade muitas vezes parece aquela mãe que só valoriza filho que dá trabalho.
Entendam, todos os dias homens e mulheres doam suas vidas de forma gratuita para seu carro e celular não serem roubados, para o traficante não persuadir seu filho na porta da escola, para nenhum bêbado atropelar sua mãe na porta do hospital.
Não acreditem em tudo que o telejornal mostra, venha conversar conosco, pergunte como é sentar nessa viatura e segurar a alma da sociedade.
Nós policiais militares por muitas vezes guardamos nossa dignidade no bolso para favorecer a sua.
Texto: Francine Latorre PMES