Vazio, mas nem sempre
Sempre que conhecemos uma pessoa, até mesmo por educação, lhe estendemos a mão e ao nos apresentarmos, perguntamos como a pessoa vai.
Mas quem nunca recebeu de volta, ao invés do cumprimento, uma resposta negativa, do tipo “não vou muito bem não…”?
Daí, de surpresa, entendemos que o cumprimento na verdade não é um ato vazio e que sim, pergunta de fato a condição do outro.
Nem sempre há o sincero gesto de se importar com a condição alheia — na verdade, quase nunca há. Fazemos por imitação, praxe.
E todos os dias alguém está esperando por essa pergunta de forma sincera.
Às vezes o gesto é vazio, mas nem sempre.
Não se deveria perguntar por perguntar.
Deveria a educação limitá-lo a estender a mão então?
A mesma educação que nos força a agradecer meramente qualquer tipo de gesto, como se isso fosse compulsório?
Quanto mais mecânico você é, menos da vida aproveita.
Menos usufruirá da gentileza e menos estenderá a sua felicidade.
Perguntar é parte da educação, mas saber ouvir é parte da gentileza.
Boa quinta.
MarceloEtiene