Tribunal aceitou proposta da ECT que fará servidores pagarem parte do plano de saúde
Tribunal aceitou proposta da ECT que fará servidores pagarem parte do plano de saúde | Foto: Guilherme Almeida
Os trabalhadores de Correios do Rio Grande do Sul encerraram na tarde desta segunda-feira, em assembleia realizada na sede da entidade em Porto Alegre, a greve realizada desde o começo do dia. Os serviços devem retomar a normalidade neste terça.
A mediação foi conduzida pelo então vice-presidente do TST, ministro Emmanoel Pereira, que apresentou proposta elaborada com a assessoria dos gestores dos planos de saúde do TST e do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF/TO). Como não houve acordo, o caso foi encaminhado à SDC para julgamento. Em fevereiro último, o relator sorteado, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, convocou os Correios e os sindicatos para mais uma tentativa de conciliação, que não ocorreu, levando ao julgamento desta segunda.
Os ministros aprovaram a proporcionalidade de pagamento das despesas totais do plano, que será de 30% para os empregados e 70% para os Correios. Além disso, ficou definido que, havendo lucro líquido no exercício anterior, a empresa reverterá 15% para o custeio das mensalidades do plano de saúde dos beneficiários. Além dos mais de 140 mil funcionários da ativa e aposentados dos Correios, o Postal Saúde atendia a outras 250 mil pessoas, totalizando aproximadamente 400 mil vidas.
Para o Secretário de Imprensa e Divulgação do Sindicato, João Augusto Gomes, a proposta aprovada pelo TST penaliza ainda mais o trabalhador de Correios, que já tem os menores salários entre todas as categorias federais. “Para os trabalhadores, a decisão TST representa os receios que tínhamos, tendo em vista a ofensiva da empresa nos últimos anos, para fazer com que o trabalhador pague pelo plano de saúde. O TST aprovou com pequenas alterações, aquilo que o governo e a ECT queriam”. Segundo ele, o Sindicato está aguardando o acórdão da decisão para definir os melhores encaminhamentos. “Mas a primeira observação é de que os salários dos trabalhadores de Correios sofrerão um grande prejuízo, tendo que pagar mensalidade do Plano, utilizando ou não. Estão perdendo um benefício de longa data, reeditado a cada nova negociação salarial”, acrescentou.
Gomes lembra ainda que, em muitas negociações, os trabalhadores abriram mão de reajuste salarial para manter o plano de saúde, que agora vem sendo atacado pela empresa e pelo governo. Outros estados também devem avaliar, na terça, que encaminhamentos deverão ser tomados a partir de agora. “Certamente este debate irá retornar na negociação de 2018/2019, que se dará na data-base a partir de 1º de agosto Os trabalhadores têm plena consciência da necessidade e da importância de ter um plano de saúde para toda a categoria”, finalizou.
Correio do Povo