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quinta-feira 16 maio 2024
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Tensão marca segundo debate presidencial entre Hillary e Trump

Candidatos evitaram apertar as mãos ao chegar no recinto da Universidade de Washington

Tensão marca segundo debate presidencial entre Hillary e Trump  | Foto: Win McNamee / AFP / CP

Tensão marca segundo debate presidencial entre Hillary e Trump | Foto: Win McNamee / AFP / CP

A democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump, adversários na corrida pela Casa Branca, se enfrentaram neste domingo em um segundo debate de campanha para as presidenciais de novembro, marcado por troca de hostilidades e uma tensão extraordinária. Em uma demonstração do ambiente que domina as exposições, os dois candidatos visivelmente evitaram apertar as mãos ao chegar ao recinto do debate na Universidade de Washington em St. Louis, no Missouri.

Este segundo debate presidencial ocorre em um momento crítico para a campanha de Trump, já que aliados importantes aumentaram nos últimos dias as pressões para que ele abandone sua candidatura após um novo escândalo provocado por declarações degradantes sobre as mulheres.

As primeiras perguntas e comentários do debate foram sobre o conteúdo de uma gravação vazada, da acusão que Trump fez ao ex-presidente Bill Clinton e também da ameaça que o republicano fez a Hillary caso vencesse as eleições.

Hillary “presa”

Trump trouxe de volta a polêmica sobre o uso que a adversária fez de um servidor privado de e-mails quando foi secretária de Estado, ameaçando levá-la perante a justiça se for eleito presidente. “Se vencer, darei instruções ao procurador-geral de justiça para que nomeie um procurador especial para que investigue a sua situação porque nunca houve tanta mentira e tanta coisa oculta”, disse. “É muito bom que alguém com o temperamento de Donald Trump não esteja a cargo da lei neste país”, respondeu Hillary, ao que Trump retrucou: “porque você estaria na prisão”.

Em um dos poucos ataques da candidata democrata, ela denunciou que a Rússia invadiu sistemas cibernéticos americanos para influenciar as eleições a favor de seu adversário, o magnata Donald Trump. “Acreditem, eles não estão fazendo isto para que eu seja eleita. Estão fazendo isto para influenciar a eleição a favor de Donald Trump”, disse a ex-secretária de Estado. Em resposta, Trump disse que esta versão era “ridícula”

O último escândalo envolvendo Trump, que iniciou sua campanha chamando de “estupradores” os imigrantes ilegais e provocou críticas por ter chamado de “porquinha” uma ex-Miss Universo venezuelana, caiu como uma bomba para a campanha do milionário. Neste domingo, em meio a uma onda generalizada de indignação, o próprio presidente Barack Obama condenou as declarações de Trump no vídeo, as quais considerou “degradantes”. “Não preciso repetir. Tem crianças na sala… Denegrir as mulheres, degradá-las, mas também as minorias, os imigrantes, as pessoas de outras crenças, zombar dos deficientes… (Trump) Rebaixa os demais para se atribuir importância”, disse Obama em um ato público no estado do Illinois.

Desde a divulgação de uma gravação, Trump difundiu um vídeo pedindo desculpas, mas o estrago já estava feito. Figuras proeminentes do partido Republicano se somaram ao clamor geral para que Trump jogue a toalha e desista da campanha em benefício do seu companheiro de chapa, Mike Pence. Mas o magnata disse que há “zero chance” de que isto ocorra. “Nunca, jamais me dou por vencido”, afirmou.

Aliados buscam uma saída

O próprio Pence disse se sentir “ofendido” com as palavras de Trump, e que para ele era impossível defendê-lo, embora tenha saudado o pedido de desculpas feito pelo colega de chapa. Entre os republicanos que retiraram seu apoio a Trump destacam-se o senador John McCain e Mitt Romney, ex-candidatos presidenciais em 2008 e 2012 respectivamente, a ex-secretária de Estado Condoleezza Rice e o ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger.

Este contexto tornou o debate deste domingo potencialmente decisivo em uma campanha que no último mês mostrou Hillary e Trump praticamente empatados, com uma vantagem apenas marginal – inferior à margem de erro de cada pesquisa – para a ex-secretária de Estado. Esta vantagem parece ter se consolidado e ampliado após o desempenho medíocre de Trump no primeiro debate, realizado há duas semanas perto de Nova Iorque.

Correio do Povo




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