Questionamentos tratam da gravação de Joesley Batista colhida pela Polícia Federal
Presidente tem 24 horas paras responder aos questionamentos que tratam da gravação de Joesley Batista | Foto: Beto Barata / PR / CP
A defesa do presidente Michel Temer recebeu, nesta segunda-feira, as perguntas formuladas pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura as denúncias feitas por executivos da empresa JBS, na delação premiada homologada pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a PF, as 84 perguntas foram entregues aos advogados do presidente da República às 16h30min.
Agora, Temer tem 24 horas para responder aos questionamentos que tratam da gravação da conversa entre ele e Joesley Batista e outros temas relacionados à delação. Na última terça-feira, Fachin autorizou a PF a tomar o depoimento do presidente, por escrito.
Ao negar pedido da defesa de Temer para que as perguntas só fossem feitas após perícia oficial da gravação, Fachin disse que o presidente poderá se negar a responder aos questionamentos relacionados aos áudios, pois tem o direito constitucional de não produzir provas contra si.
“Temos indícios de movimentos e iniciativas de Janot na véspera do julgamento no TSE para pressionar o tribunal a condenar o presidente”, disse o advogado Gustavo Guedes, em declarações no domingo ao jornal Folha de S.Paulo.
Temer, que assumiu o cargo há um ano com o impeachment de Dilma Rousseff, se encontra no centro de uma tempestade política desde a divulgação de uma gravação realizada por Joesley Batista, um dos proprietários da JBS, em 17 de maio passado.
O presidente afirma que não renunciará, se declara inocente e pediu à Justiça que faça uma perícia na gravação, que apresenta sinais de manipulação e não tem valor legal, segundo seus advogados. No início da noite desta terça-feira, o TSE analisará se nas eleições de 2014 a chapa Dilma/Temer cometeu “abuso de poder econômico e político”, incluindo o recebimento de contribuição ilegal procedente da fraude na Petrobras.
Correio do Povo