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terça-feira 7 maio 2024
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Temer deixa coletiva sem responder sobre crianças brasileiras detidas nos EUA

Presidente participava de evento sobre fluxo migratório de venezuelanos em Roraima

Presidente participava de evento sobre fluxo migratório de venezuelanos em Roraima | Foto: Alan Santos / PR / CP

Presidente participava de evento sobre fluxo migratório de venezuelanos em Roraima | Foto: Alan Santos / PR / CP

Apesar de dizer que o Brasil está ampliando o apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente do fluxo migratório, o presidente Michel Temer deixou uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, no abrigo para acolher venezuelanos em Roraima sem dar uma resposta sobre a situação das 49 crianças brasileiras que foram separadas dos pais nos Estados Unidos. Assim que ouviu os jornalistas perguntarem sobre o que o governo brasileiro está fazendo em relação às crianças presas nos EUA, a assessoria encerrou a coletiva e Temer saiu do local sem responder a questão ou dar seu posicionamento sobre o caso.

As novas medidas de “tolerância zero” adotadas pelo governo Trump em abril determinavam que todos os imigrantes que entrassem no país de maneira clandestina seriam processados criminalmente. A orientação se aplicava mesmo aos que pediam asilo e aos que estavam acompanhados de menores.

Acusados da prática de crime, os adultos eram levados a prisões federais, onde não há instalações para crianças e adolescentes. Com isso, as famílias eram separadas e os filhos iam para abrigos ou centros para menores “desacompanhados”.

Na quarta-feira, contudo, Trump assinou um decreto que impede a separação de famílias presas ao cruzarem a fronteira. Imigrantes menores de idade e seus pais (ou tutores) não poderão mais ser separados ao serem capturados. O núcleo familiar será mantido unido enquanto os adultos respondem à Justiça americana.

Para a coordenadora de programas da Conectas Direitos Humanos, Camila Asano, que acompanha desde o ano passado a crise migratória, a visita de Temer a Roraima na semana em que se comemora o Dia Mundial do Refugiado é uma curiosa contradição. “Desde que a crise de migração venezuelana se agravou, no ano passado, nenhum cidadão desse país teve seu status de refúgio reconhecido. Atualmente, mais de 22 mil venezuelanos aguardam a apreciação de seu pedido de refúgio”, revelou.

Camila afirmou que esse reconhecimento representaria uma necessária segurança jurídica a pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social e que necessitam recomeçar suas vidas integradas à sociedade brasileira.

Correio do Povo




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