Telegram envia nova mensagem a usuários sobre o PL das Fake News
Dessa vez, por determinação do STF, aplicativo informou que texto anterior distorce o debate sobre o tema
O aplicativo de mensagens Telegram publicou uma nova mensagem sobre o Projeto de Lei das Fake News, informando aos usuários que o texto crítico ao projeto, postado anteriormente, “caracterizou flagrante e ilícita desinformação atentatória ao Congresso Nacional, ao Poder Judiciário, ao Estado de Direito e à Democracia Brasileira”.
A plataforma publicou a mensagem após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para apagar mensagem anterior, sob a ameaça de suspender os serviço por 72h.
No novo texto, o Telegram admite que a crítica “fraudulentamente, distorceu a discussão e os debates sobre a regulação dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada (PL 2630), na tentativa de induzir e instigar os usuários à coagir os parlamentares”.
Desta vez, entretanto, segundo o ministro, a situação se agravou, já que partiu da própria empresa a proibição e a veiculação da “mensagem fraudulenta, sendo absolutamente necessária a imediata cessação da gravíssima lesão ao Estado democrático de Direito e sua reparação”.
Críticas ao PL das Fake News
A decisão se deu após o aplicativo usar falsos argumentos para influenciar os usuários sobre o projeto em discussão no Congresso. A mensagem divulgada pela plataforma dizia, entre outras coisas, que o projeto vai “acabar com a liberdade de expressão” e “dá ao governo poderes de censura sem supervisão judicial”.
A mensagem sofreu críticas de membros do governo, além de parlamentares. O relator do projeto, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), descreveu o ato do Telegram como “abuso de poder econômico”. “É um escândalo para uma multinacional. Abusa da sua estrutura de mensagem e difunde mentiras sobre o Parlamento brasileiro. Querem colocar o Congresso de joelhos”, declarou Silva.
A Secretaria Nacional do Consumidor também prometeu notificar o Telegram em razão da primeira mensagem divulgada pela plataforma sobre o projeto de lei.
MPF cobra nome de quem elaborou mensagem
Na terça-feira, o Ministério Público Federal em São Paulo deu prazo de dez dias ao aplicativo para prestar informações detalhadas sobre a mensagem enviada aos usuários nessa terça.
O MPF quer saber os motivos pelos quais o Telegram encaminhou o texto, aparentemente, a todos os usuários da plataforma e o nome e endereço eletrônico dos responsáveis dentro da empresa que elaboraram a mensagem e decidiram pelo impulsionamento.