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quinta-feira 21 novembro 2024
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Surgem teses sobre a real motivação da renúncia de Cunha

Recuo pode envolver acordo com deputados para minimizar pena

Surgem teses sobre a real motivação da renúncia de Cunha | Foto: Evaristo Sa / AFP / CP

Surgem teses sobre a real motivação da renúncia de Cunha | Foto: Evaristo Sa / AFP / CP

São inúmeras as teses cogitadas em Brasília sobre a real motivação de Eduardo Cunha, que após meses sob intensa pressão, política e jurídica, renunciou à presidência da Câmara, cargo do qual já estava afastado desde 5 de maio por determinação unânime do Supremo. Entre elas, a de que está em curso acordo, envolvendo deputados do chamado centrão e ala do Planalto, visando minimizar sua pena.

O recuo de Cunha, após sustentar inúmeras vezes que não renunciaria, também poderia representar estratégia na tentativa de reverter votos na Comissão de Constituição e Justiça que irá analisar seu recurso e garantir o retorno do processo ao Conselho de Ética. Outra versão corrente é a de que com o movimento, ele pretende retirar os holofotes de si e de seu processo de cassação, além de antecipar a sucessão pelo comando da Casa, episódio que contaria com sua intensa articulação, já que se um aliado for escolhido — em votação secreta — poderia ampliar as chances de salvar seu mandato. A preocupação de Cunha com os desdobramentos políticos, visa, na prática, manter a blindagem nos terrenos jurídico e criminal, já que sem o foro privilegiado, o peemedebista ficará nas mãos do temido juiz Sérgio Moro.

Qualquer que seja a motivação de Cunha, no entanto, ele ganhou, na melhor das hipóteses, um pouco mais de tempo. O deputado vem perdendo apoio massivo de forma sucessiva, e, apesar de representar uma ameaça pelas informações que detém, nem de longe lembra o todo-poderoso que deitou e rolou diversas vezes no plenário da Câmara e que foi um dos principais algozes de Dilma Rousseff e do PT ao dar prosseguimento ao impeachment.

Com votação aberta, o processo de cassação deve ser aprovado por maioria no plenário, se não por convicção de parlamentares, para evitar que a imagem da Câmara, já desmoralizada, fique irreversivelmente manchada. Demorou, mas Cunha está com os dias contados.

Correio do Povo




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