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terça-feira 21 maio 2024
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STJ aceita denúncia e governador do Amazonas é réu em caso de compra de respiradores

Wilson Lima é acusado de envolvimento em fraude de licitações na pandemia de Covid-19

Foto: Governo do Amazonas / Divulgação

A maioria dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o governador do Amazonas, Wilson Lima.

Ele é acusado de envolvimento em fraudes de licitações para a compra de respiradores. A aquisição era justificada em razão do avanço da pandemia de Covid-19.

Wilson e outros 15 foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, peculato, fraude a licitações e pelo delito de embaraço às investigações.

De acordo com o MPF, a dispensa de licitação para a compra dos equipamentos ocorreu para criar um esquema de “sobrepreço” e “direcionamento de contratação”. Contra dois acusados, porém, a Justiça recusou a denúncia.

A Polícia Federal aponta que o sobrepreço gerou prejuízo de R$ 2,2 milhões aos cofres do Amazonas. Na sessão do STJ, a subprocuradora Lindôra Araújo disse que Wilson era o chefe do esquema.

 

“Os elementos coligidos aos autos afiguram-se como lastro suficiente ao recebimento da inicial acusatória, demonstrando que, sob o comando do governador do estado, que coordenava a ação dos demais envolvidos, no contexto de enfrentamento da pandemia de Covid-19, instalou-se, no estado do Amazonas, uma organização criminosa que tinha por objetivo a realização de fraudes em diversos procedimentos licitatórios e, assim, a obtenção de vantagens econômicas indevidas, em prejuízo ao erário”, destacou.

O relator, ministro Francisco Falcão, destacou que existem elementos suficientes para fundamentar a aceitação da denúncia. “Neste exame não aprofundado da matéria, existe justa causa para se considerar o governador do Amazonas partícipe nos delitos de dispensa de licitação e partícipe da fraude na aquisição de 28 respiradores que tiveram preços elevados com abusividade neste mesmo contrato”, disse.

O ministro Luís Felipe Salomão também entendeu que ficou demonstrada a participação do governador no caso. “O governador Wilson Lima atuou em todos os momentos com poder de cisão, de fiscalização. Inclusive, em sua mesa, foram encontradas algumas propostas, inclusive da empresa Somar, e nas tratativas, com o secretário-executivo da pasta da saúde, supervisionou pessoalmente os processos de compra”, afirmou o magistrado.

Em nota, após o resultado, Wilson Lima negou que tenha recebido qualquer vantagem para fraudar licitação e disse que vai provar inocência. “Sobre a decisão de hoje, afirmo: as acusações contra mim não têm fundamento e tampouco base concreta, como ficará provado no decorrer do julgamento. Nunca recebi qualquer benefício em função de medidas que tomei como governador. A acusação é frágil e não apresenta nenhuma prova ou indício de que pratiquei qualquer ato irregular. Agora terei a oportunidade de apresentar minha defesa e aguardar, com muita tranquilidade, a minha absolvição pela Justiça. Tenho confiança na Justiça e a certeza de que minha inocência ficará provada ao final do processo”, afirmou.

FONTE R7 



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