Após o discurso de 67 senadores, o julgamento do impeachment da presidente Dilma Rousseff foi suspenso já na madrugada desta quarta-feira para ser retomado no fim da manhã. A data deverá ser o marco dos procedimentos, com a votação dos parlamentares definindo se Dilma será afastada definitivamente, ou retomará o cargo no Planalto. Ao final dos discursos, 44 declararam voto pró-impeachment e 18 pela absolvição.
Para afastar a presidente, serão necessários 54 votos favoráveis ao impedimento de Dilma, de um total de 81 senadores. As projeções mais recentes indicam o afastamento definitivo da petista. Integrantes da base do governo interino de Michel Temer, nos bastidores, acreditam que o placar possa passar dos 60 votos pró-saída.
Nesta quarta, a sessão está marcada para iniciar às 11h, quando o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, lerá o relatório resumido com os fundamentos da acusação e da defesa. Depois disso, quatro senadores poderão se pronunciar, dois favoráveis à condenação e dois à absolvição. Eles terão direito a cinco minutos cada.
A partir daí, poderá ser iniciada a votação, de forma nominal e eletrônica. Cada senador deverá optar sim ou não para a pergunta “Dilma Rousseff cometeu os crimes de responsabilidade?”
Definido o placar, Lewandowski lavra e lê a sentença. Os senadores assinam o documento e é feita a comunicação oficial à presidente afastada e ao presidente interino.
Eventual posse de Temer deve seguir rito da de Itamar
Caso Dilma de fato seja afastada, o rito da posse de Temer poderá ocorrer ainda na quarta-feira. O presidente do Senado, Renan Calheiros, deverá convocar sessão solente, o que pode ocorrer pouco depois de definido o resultado.
Se Renan decidir seguir o modelo adotado pelo então presidente do Senado em 1992, Mauro Benevides, Temer deve ser recepcionado pelo peemedebista em seu gabinete e aguardar líderes para alguns cumprimentos. Itamar Franco foi acompanhado dos líderes que o “buscaram” na sala de Benevides até o Plenário da Câmara, onde são realizadas as Sessões Solenes.
Na cerimônia, o presidente do Congresso dirige algumas palavras ao presidente que será empossado. Não há até o momento previsão de discurso de Temer, que pelas regras estabelecidas, deve apenas fazer um juramento. O Planalto quer que a cerimônia seja o mais breve possível a tempo de Temer cumprir todos os compromissos agendados na viagem à China, cujo embarque está previsto para o fim da tarde.
Correio do Povo