Forster foi indicado para a embaixada pelo presidente Jair Bolsonaro em novembro do ano passado
O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira a indicação de Nestor José Forster Junior para ocupar o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. O nome de Forster recebeu o apoio de 47 senadores, enquanto 3 votaram contra e 1 se absteve. O diplomata já ocupa o cargo, de forma interina, desde o ano passado.
A análise da indicação foi presencial. Após seis meses de sessões virtuais, por conta da pandemia, o Senado retomou nesta semana as votações no edifício-sede. No caso de escolha de autoridades, a deliberação precisa ser secreta, o que não é possível por meio do sistema remoto.
A sabatina de Forster, na Comissão de Relações Exteriores (CRE), já havia ocorrido, em fevereiro. Na ocasião, o diplomata defendeu que Brasil e EUA aprofundem a parceria na área científica e na área de Defesa, e que seja possível acabar com a bitributação para empresas e pessoas físicas brasileiras.
Ele afirmou não ver “subserviência alguma” do Brasil em relação aos EUA e disse que um “alinhamento automático é algo impossível de se fazer”.
Sobre a questão imigratória, Forster ponderou que o número de imigrantes ilegais cresceu 10 vezes no último ano, mas disse se tratar de uma questão “pontual”.
Segundo o embaixador, 95% desse grupo são compostos por famílias alvos de redes criminosas. “Se identificou que houve um redirecionamento de redes criminosas que atuavam na América Central e que passaram a atuar no Brasil”, disse.
Nestor Forster tem 57 anos e nasceu em Porto Alegre (RS). O diplomata é formado em Letras Clássicas e Vernáculas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e em História pela mesma instituição.
Após concluir o Curso de Preparação à Carreira de Diplomata do Instituto Rio Branco (IRBr), ingressou na carreira diplomática em 1986 como terceiro-secretário.
Dentre as funções que ocupou, Forster foi chefe do Setor de Política Comercial da Embaixada em Washington (1992/95); chefe do Setor Econômico da Embaixada em Ottawa (1995/98); chefe de gabinete do Advogado-Geral da União (AGU)(2002); chefe do Setor Financeiro da Embaixada em Washington (2003/06); cônsul-geral adjunto do Consulado-Geral em Hartford (2009/13); cônsul-geral Adjunto do Consulado-Geral em Nova Iorque (2016/17); ministro conselheiro na Embaixada em Washington (2017/18); e é encarregado de Negócios da Embaixada em Washington, desde 2019
O relator da indicação na CRE, Nelsinho Trad (PSD-MS), destacou em seu relatório a atuação de Forster na embaixada brasileira em Washington ao longo dos anos.
No parecer, Trad também ressaltou os resultados da visita de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, em março de 2019, que, de acordo com o parlamentar, “consolidou a união estratégica entre os dois países”.
Tanto o senador quanto o diplomata citaram a mudança de posição dos EUA com relação ao pleito do Brasil para entrada na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE); a designação do Brasil como aliado preferencial extra Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a decisão unilateral do Brasil de deixar de exigir visto para a entrada de turistas norte-americanos no país e o acordo da Base de Alcântara.