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quarta-feira 4 junho 2025
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Se non è vero, è ben trovato – Viviane M Foresti

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Se non è vero, è ben trovato
Merenda escolar
Não, não vou falar do colégio, dos colegas, dos professores ou mesmo dos livros.
Hoje, quem ocupa o centro das minhas lembranças escolares é… a banana.
“Mas o que a banana tem a ver com isso?”, alguém pode perguntar.
Tudo. Ela é o eixo da memória que me transporta direto ao antigo Primário, no colégio das freiras, o saudoso Santa Gema Galgani.
Lá ia eu, com meus seis anos de idade, caminhando pelas ruas frias e quase desertas da manhã.
Usava o uniforme impecável: saia plissada azul-marinho, camisa branca, sapato Vulcabrás preto e meias brancas.
Um toquinho de gente, equilibrando uma pasta preta enorme, abarrotada de cadernos, lápis — e da merenda.
A famigerada banana.
Enrolada em um guardanapo de pano branco, era impossível de ser ignorada.
Bastava abrir a pasta e pronto: o cheiro denunciava meu lanche com eficiência quase militar.
Espalhava-se pela sala, grudava nos cadernos… como merda em sapato.
Passei a odiar a tal banana. O constrangimento era diário, inevitável.
Mil vezes preferia uma fatia de pão com gemada, com “uvada”, como dizíamos, ou até mesmo nata coberta de açúcar.
Mas minha mãe insistia: “Fruta é essencial. Tem vitaminas.”
E quem se importa com isso aos seis anos? Nenhuma criança.
O tempo passou. A escola ficou para trás. Cresci saudável, como ela queria, mas com uma aversão perpétua à fruta mais querida dos brasileiros.
VMF
2025



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