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sábado 23 novembro 2024
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Rússia diz que não aceitará mísseis de longo alcance dos EUA na Ucrânia

Arma pode atingir um alvo a mais de 5 mil km de distânciaRússia diz que Ucrânia não aceitará mísseis de longo alcance

Rússia diz que Ucrânia não aceitará mísseis de longo alcance 

Após o avanço da Ucrânia, que vem recuperando território na guerra, a Rússia alertou os EUA que o fornecimento de mísseis de longo alcance para os ucranianos não seria tolerado e tornaria os americanos parte direta no conflito.

Washington já enviou dezenas de lançadores de mísseis, que foram essenciais para o avanço ucraniano, mas ainda não há informações sobre envios de mísseis de fabricação americana. O aviso foi dado pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova. O mesmo alerta já havia sido dado pelo vice-chanceler russo, Serguei Riabkov, no início do mês.

Até agora os EUA não enviaram mísseis de longo alcance à Ucrânia, temendo que o país utilize as armas para atingir alvos dentro do território russo. Um míssil de longo alcance pode atingir um alvo a mais de 5 mil km de distância. Mas os americanos têm fornecido lançadores de foguetes Himars, com capacidade de disparar mísseis a até 80 km de distância.

Washington até agora também rejeitou enviar mísseis que poderiam ser utilizados junto aos lançadores Himars, com capacidade de atingir alvos a 300 km de distância. As armas ocidentais têm sido fundamentais para a resistência ucraniana na guerra. Graças a elas Kiev conseguiu lançar a contraofensiva que retomou parte dos territórios sob controle russo.

Inteligência 

A contraofensiva teve ajuda dos serviços de inteligência de EUA e Reino Unido. Após o sucesso militar, a Ucrânia voltou a fazer apelos por mais armas pesadas, com envios mais rápidos – especialmente à Alemanha, que ainda não entregou o que prometeu.

O envio de mísseis com capacidade de atingir o território russo, no entanto, é algo que preocupa as autoridades ocidentais, que temem ser tragadas para o conflito. Segundo o artigo 5 do tratado da Otan, se um país-membro for alvo de qualquer ataque, todos os demais devem vir a seu socorro.

Na prática, se Moscou interpretar um ataque de mísseis americanos como ato dos EUA e retaliar, todos os demais 30 membros seriam obrigados a entrar na guerra.

Os EUA afirmam que receberam garantias de que a Ucrânia não atacaria além da fronteira russa, mas um ataque ucraniano a uma base militar russa na Crimeia já despertou preocupação. Depois de negar a autoria, Kiev assumiu estar por trás das explosões na península, que pertence à Ucrânia, mas foi anexada pela Rússia em 2014.

Correio do Povo




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