RS voltará a ter dias mais chuvosos após final de semana, aponta MetSul
Chuva será generalizada, mas não na magnitude do que ocorreu em maio
A chuva não vai se limitar ao período de 15 a 17 de junho e a segunda quinzena do mês terá muitos dias com registro de precipitação, alguns com acumulados elevados em parte do estado, prevê a MetSul Meteorologia.Os modelos, em geral, indicam precipitação na maioria das cidades do estado entre 50 mm e 100 mm no período e que vai se concentrar entre os dias 15 e 19. Os dados de hoje sugerem acumulados superiores a 100 mm, que são altos, sobretudo para a Metade Oeste.
O que os mapas mostram é que o período entre 15 e 25 de julho será de chuva acima da média e mesmo muito acima da média em parte no Rio Grande do Sul. Nos últimos dias de junho, a precipitação ficaria perto ou acima da média no estado. Na primeira metade do mês de julho, a chuva se situaria ao redor das médias históricas, embora somente mais a curto prazo a precisão de prognóstico seja maior.
Uma nova realidade no RS
A realidade mudou depois das enchentes do mês de maio e estamos sob um quadro que difere daquele de antes de 40 dias atrás. Os impactos da chuva nas cidades e nos rios hoje podem ser diferentes do que normalmente estamos acostumados e que ao longo de anos de trabalho construímos parâmetros de previsão e impactos para a população.As enchentes, conforme análises preliminares e relatos de quem está habituado com navegação, trouxe grande quantidade de sedimentos e terra. O delta do Jacuí e o Guaíba tiveram grande assoreamento, assim como provavelmente outros rios que passaram por grandes cheias como o Taquari, Caí e Sinos, o que aliás já estava agravado pelas cheias do segundo semestre do ano passado.
Assim, chuva mais volumosa, como que se prevê para a segunda metade do mês, pode ter efeitos diversos daqueles que ocorreriam antes das enchentes. Em outras palavras, os rios podem subir mais em alguns pontos que subiriam se não tivesse ocorridos as cheias dos últimos nove meses.
Outra realidade que mudou é a da macrodrenagem urbana. Em Porto Alegre e outras cidades afetadas por inundações, grande quantidade de lixo e lama adentrou as redes de esgotos. Com isso, a capacidade de drenagem está reduzida em relação ao que se via antes da enchente.
Logo, ruas que não alagavam com uma chuva diária, por exemplo, de 50 mm agora talvez alaguem e ruas que alagavam podem ter alagamento maior. Igualmente, arroios que cortam Porto Alegre e outras cidades da região metropolitana podem alagar com maior facilidade do que ocorria antes da grande enchente.
FONTE Correio do Povo