Efeito dominó das perdas em lavouras de soja e milho pode passar de R$ 115 bilhões, estima FecoAgro/Rs
Pelo menos 370 das 497 cidades do Rio Grande do Sul relataram perdas em razão da falta de chuvas, desde o início de dezembro. Dessas, 358 decretaram situação de emergência.
Mais 11 entraram para a lista, nesta terça-feira, conforme a Defesa Civil estadual.
O decreto mais recente veio de Casca, no Norte gaúcho.
Até o momento, o governo estadual homologou a situação de emergência em 255 cidades, enquanto o governo federal reconheceu a documentação de 162.
Perda supera R$ 36 milhões só em soja e milho
Só em lavouras de milho e soja, o prejuízo estimado pelos produtores gaúchos chega a R$ 36,14 bilhões. O levantamento, divulgado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro/RS), do total de perdas, indicadas em Valor Bruto da Produção (VBP), o maior peso vem da soja: R$ 29,51 bilhões. Outros R$ 6,62 bilhões referem-se ao milho.
Para essas projeções, a Fecoagro baseou-se na expectativa de produção divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em novembro passado, que era de 20,95 milhões de toneladas de soja e 6,09 milhões de toneladas de milho na safra 2021/2022.
A esses números, a Federação aplicado o percentual de perdas divulgado nesta semana pela Rede Técnica Cooperativa (RTC), após consultas a 23 cooperativas parceiras até 22 de janeiro.
O cálculo levou em conta o preço médio pago aos produtores pelos dois grãos em janeiro, multiplicando-o pelo volume que vai deixar de ser colhido.
A RTC estima em 48,7% a quebra da safra de soja, sendo que em algumas regiões a perda ultrapassa 70%. Para o milho, a estimativa é de perda média de 70%.
Efeito dominó
O estudo da FecoAgro/RS projeta ainda o efeito dominó da estiagem no restante da economia gaúcha, que pode perder até R$ 115,67 bilhões. Nesse cálculo, o levantamento considera que, para cada R$ 1 gerado da porteira para dentro, outros R$ 3,29 são gerados nos demais setores.