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sábado 23 novembro 2024
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Romero Jucá anuncia que vai pedir licença do cargo

Em áudio vazado, Ministro do Planejamento teria sugerido um “pacto” para tentar barrar a Lava Jato

Romero Jucá anuncia que vai pedir licença do cargo | Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado / CP

         Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado / CP
* Com informações da AE e Agência Brasil

Romero Jucá, ministro do Planejamento do governo Michel Temer anunciou no final da tarde desta segunda-feira que irá pedir licença do cargo. Jucá voltou a dizer que não deve nada a ninguém. Em reportagem do jornal Folha de S.Paulo, de trechos de uma conversa entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, mostram que teria sugerido um “pacto” para tentar barrar a Operação Lava Jato.
“Vamos aguardar a manifestação do Ministério Público com toda a tranquilidade, porque estou consciente qtue não cometi nenhuma irregularidade e muito menos qualquer ato contra a apuração da Lava Jato”, disse em entrevista. 
Jucá disse que vai protocolar hoje um pedido na Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o órgão avalie se há alguma ilegalidade na gravação que comprometa a permanência dele no ministério. No período da licença, Jucá reassumirá o mandato de senador e permanecerá na presidência do PMDB. O Ministério do Planejamento ficará sob comando do secretário-executivo Dyogo de Oliveira. 
 “Amanhã estarei de licença”, disse, após a revelação de conversas telefônicas entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, nas quais o senador sugere um pacto para deter o avanço sobre o PMDB da Operação Lava Jato.
Jucá disse que pediu ao seu advogado que prepare um documento para que o Ministério Público se manifeste sobre o caso e “na medida em que colocar esse documentos no MP, vou conversar com o presidente Michel Temer, vou pedir licença do Ministério enquanto o Ministério Público não se manifestar”, afirmou.
Ao ser interrompido por diversas vezes por manifestações que o chamavam de golpista, Jucá disse que o governo não tem “medo de cara feia, nem de gritaria de gente irresponsável que quebrou o País”. “Por causa de babaquices como essas (gritos de golpista) vamos fazer o enfrentamento”, afirmou.
Jucá disse que o atual secretario-executivo do Ministério, Dyogo Oliveira, ficará interinamente no cargo no período de seu afastamento. “Presidente me deu voto de confiança, eu podia ficar, mas prefiro aguardar manifestação do MP”, disse Jucá, que reafirmou que está consciente que não cometeu irregularidades. “Tenho defendido rápida investigação dos casos da Lava Jato e culpar quem tem culpa”, disse.
No começo da tarde, após a divulgação de uma conversa com Sérgio Machado, o Ministro do Planejamento, Romero Jucá, negou que queria obstruir a Operação Lava Jato e disse apoiar a investigação na política brasileira. “Sempre defendi a Operação Lava Jato. Qualquer político ou empresa envolvidos devem ser investigados e punidos”, respondeu o ministro em entrevista coletiva nesta segunda. “A política terá uma outra história depois da Operação Lava Jato”, complementou.
Jucá explicou que o jornal Folha de São Paulo descontextualizou o tema da conversa que mantinha com Sérgio Machado, e que ele queria era estancar a sangria da economia e o desemprego no Brasil. “Não há nenhum diálogo comprometedor para mim. O que venho dito ao longo dos anos, que é muito importante estancar a sangria da economia e o desemprego no país. Eu espero que a Folha publique o texto todo, pois o que está ali não me compromete”, declarou. “A análise que fiz e comentários que fiz com o senador Sérgio Machado são de domínio público. Disse o que tenho dito permanentemente a jornalistas, em entrevistas e debates”, reafirmou.
O ministro reafirmou o seu apoio à Operação Lava Jato. “Tenho cobrado que a Operação Lava Jato faça a sua parte com rapidez e espero que o Ministério Público se pronuncie o quanto antes sobre as investigações. Há uma nuvem negra sobre a classe política há oito anos. O politico que tiver culpa, deve sair da política.”
Jucá defendeu o atual governo do Michel Temer e que caberá ao presidente decidir o seu futuro. “O meu compromisso é com Ministério do Planejamento, o cargo que me foi dado foi uma decisão do presidente Temer e tenho a sua confiança”, disse. “Há muita coisa para fazer e irei fazê-lo até quando ele decidir que tenho condições de fazer”, finalizou.
Correio do Povo



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