Rio Grande do Sul se prepara para onda de calor histórica
Inmet emitiu um aviso meteorológico de nível de perigo devido à persistência das altas temperaturas
Diante das altas temperaturas e do consequente aumento no consumo de energia, tem havido preocupações quanto à estabilidade do fornecimento elétrico. No entanto, a Ceee Equatorial informou que monitora em tempo real o desempenho do sistema elétrico por meio de seu centro de operações integradas. E que não há risco iminente ao abastecimento de energia devido às altas temperaturas.Procura por locais para banho
Com as temperaturas elevadas, a procura por locais para se refrescar torna-se uma prioridade para muitas pessoas. Nesse contexto, o relatório de balneabilidade das praias da Orla do Guaíba, situadas nos bairros Belém Novo e Lami, no Extremo Sul de Porto Alegre, revela a viabilidade de banhos em determinados pontos. Esse relatório é válido até o próximo domingo.Em Belém Novo, o Posto 1, localizado na praça José Comunal, em frente à garagem da empresa de ônibus, e o Posto 3, na praça do Veludo, avenida Pinheiro Machado, em frente à praça, são classificados como locais propícios para banho.No Lami, as áreas próprias para banho estão situadas no Posto 1, acesso pela rua Luiz Vieira Bernardes, próximo à segunda guarita de salva-vidas, e no Posto 3, avenida Beira Rio, em frente ao nº 510.De acordo com o Tenente-Coronel Isandré Antunes, chefe da Divisão de Operações e Defesa Civil do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, se as guaritas do Lami, Belém Novo e Itapuã estiverem em condições de uso, a partir deste sábado os locais terão a presença de guarda-vidas como forma de garantir a segurança dos banhistas.
Ao todo, mais de 10.000 guarda-vidas estarão distribuídos em 295 postos no litoral e em diversos municípios do Rio Grande do Sul.O coronel Antunes enfatiza que a maioria dos casos de afogamento no Guaíba ocorre devido a comportamentos imprudentes nas águas. Ele destaca: “Brincadeiras que envolvem contato físico, acrobacias, mergulhos de cabeça, consumo de álcool, confiança em dispositivos infláveis e, principalmente, entrar em locais sem supervisão e vigilância.”Além disso, o chefe da Divisão de Operações ressalta a importância de precauções ao tirar selfies nas margens de rios e costões. E aconselha a evitar esses locais em dias de tempestade.Risco para a saúde
Autoridades de saúde alertam para os impactos negativos do calor extremo na população, especialmente em grupos vulneráveis como idosos, crianças, pessoas com problemas de saúde específicos, diabéticos, gestantes e população em situação de rua.O Ministério da Saúde preparou um guia com orientações sobre como lidar com as altas temperaturas. Dentre as recomendações, destacam-se:
- Evitar exposição direta ao sol entre 10h e 16h;
- Buscar locais frescos e sombreados;
- Repousar com frequência;
- Aumentar a ingestão de líquidos;
- Manter ambientes úmidos.
- É crucial estar atento aos sintomas de desidratação e, em casos de transpiração excessiva, fraqueza, tontura, náuseas, dor de cabeça, cãibras musculares e diarreia, é recomendável procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação profissional.
Dados históricos
De acordo com o Inmet, o Brasil experimentou temperaturas acima da média histórica nos meses de julho, agosto, setembro, outubro e novembro. Em novembro, especificamente, a onda de calor foi a mais ampla já registrada, com 12 dias consecutivos de temperaturas acima da média, resultando em índices históricos.No dia 13 de novembro, o Rio de Janeiro registrou a maior sensação térmica desde 2014, atingindo 58,5°C, enquanto os termômetros marcavam 35,5°C. Já em Araçuaí (MG), no dia 19 de novembro, a temperatura alcançou 44,8°C, superando os 44,7°C registrados em Bom Jesus (PI) em 2005.Essa onda de calor impactou significativamente o consumo de energia, atingindo um recorde de 100.955 megawatts (MW) no Sistema Interligado Nacional (SIN). O fato representa a primeira vez na história que a carga superou a marca de 100 mil MW, ultrapassando o recorde anterior de 97.659 MW em setembro deste ano.O fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial, e o aumento das emissões de gases do efeito estufa são os fatores que contribuem para eventos de calor cada vez mais intensos.