Reencontro
Eu estava atrasada aquele dia.
Teu carro cruza por mim em uma sinaleira e eu por achar coincidência demais, duvido o acontecimento.
Não tinha visto você por ali, até então.
Cheguei no colégio.
Subi até a sala.
O corredor era comprido, fui pegar uma água e teu perfume invadiu minha memória.
Entre sorrisos, você passa sorrindo e cumprimenta, com o olhar tão fixo que me abraçou.
Eu respondi, curiosamente no mesmo tom entusiasmada, como quando estávamos juntos.
Durante a tarde, encontrei você: no meu pensamento, no meu horizonte, na minha paixão.
Eu já não sorria, eu ria, sozinha, no meio dos outros, mas na tua frente eu apagava.
Tudo que eu ainda não quero é que você saiba, o quanto me faz feliz.
Como pode, mesmo distante a meses, plena de uma decisão, balançar tanto por você, e pior, nossos olhares ainda conversam, brincam em silêncio, vibram um pelo outro em segredo.
Ninguém dá o braço a torcer. Afinal, o dia terminou e nem um dos dois ligou.
Júlia Scherer
