Deputado disse que não estupraria Maria do Rosário (PT-RS) ‘porque ela não merece’. PT, PSOL, PC do B e PSB entraram com ação no Conselho de Ética
O deputado federal Jair Bolsonaro, do PP do Rio de Janeiro (Gilberto Nascimento/Agência Câmara/VEJA)
Quatro partidos entraram nesta quarta-feira com uma representação conjunta no Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por quebra de decoro parlamentar. A ação movida por PT, PSOL, PC do B e PSB foi motivada pelo ataque de Bolsonaro à deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra de Direitos Humanos, na terça. Durante um debate sobre a Comissão da Verdade, ele disparou da tribuna, quando a petista deixava o plenário depois de discursar: “Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Há poucos dias você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não a estuprava porque você não merece”.
Assinada pelo presidente do PT, Rui Falcão; pelos deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e pelo presidente do PSB, Carlos Siqueira, a representação argumenta que Bolsonaro “discrimina, induz e incita a discriminação étnica, racial e de gênero” de forma reincidente. De acordo com Falcão, uma ação judicial contra o deputado será avaliada, mas o diagnóstico é que traria resultado demorado, já que Bolsonaro conta com a prerrogativa de imunidade parlamentar. “Primeiro a gente quer atacar o principal ponto, que é a quebra de decoro”, disse.
Ainda ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que a Câmara não pode permitir que membros da Casa tenham comportamento incompatível com o decoro parlamentar. Jair Bolsonaro foi reeleito este ano com 464.418 votos para o seu sétimo mandato no Congresso Nacional.
Fonte : Revista Veja