“Quando a gente não gosta de política, nasce uma titica que nem o Bolsonaro”, declara Lula
Presidente falou durante o lançamento da retomada de obras da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, no PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o antecessor, Jair Bolsonaro (PL), e disse que “quando a gente não gosta de política, nasce uma titica que nem o Bolsonaro”. A alfinetada ocorreu durante uma agenda em Foz do Iguaçu, no Paraná, nesta terça-feira.
Lula defendia a importância de jovens se interessarem pela política, com o objetivo de evitar a chegada ao poder de nomes como o de Bolsonaro, que se tornou inelegível por abuso de poder político após uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na semana passada.
O R7 procurou a assessoria do ex-presidente, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. No começo da agenda do dia, o presidente esteve na Argentina, onde assumiu formalmente o comando do Mercosul.
“Vocês, jovens, pelo amor de Deus, normalmente, vocês são induzidos a não gostar de política. ‘Ah, eu não gosto de política, porque é tudo ladrão, tudo corrupto, não gosto’. Quando a gente não gosta de política, nasce uma titica como o Bolsonaro.
É isso que dá. Não precisam de gostar do político, mas precisam gostar de política. Quando vocês não acreditarem em mais ninguém, em nada, quando na cabeça de vocês passar a ideia de que ninguém presta, ainda assim, não desistam. Entre você na política, porque o político bom que você quer está dentro de você”, completou.
As declarações ocorreram durante o lançamento da retomada das obras do campus da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Durante o evento, tomou posse a nova reitora, Diana Araujo Pereira, eleita em maio e nomeada em junho.
O campus é o último projeto assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, falecido em 2012. Serão concluídas as obras da primeira fase, paralisadas desde 2014, com 41,58% dos trabalhos executados até o momento.
A Unila, criada durante o segundo mandato de Lula à frente do Palácio do Planalto, é considerada símbolo da integração da América Latina. Em 16 de março, na posse de Enio Verri como diretor-geral brasileiro da Itaipu, Lula assumiu o compromisso de concluir as obras no campus.
Serão investidos R$ 600 milhões dos caixas da Itaipu Binacional, com prazo de conclusão de três anos.