A Polícia Civil (PC) prendeu nesta quarta-feira pelo menos 13 pessoas e apreendeu um adolescente na operação Laranja Mecânica, a maior ofensiva de combate à lavagem de dinheiro oriundo do narcotráfico no Rio Grande do Sul. A ação, coordenada pelo diretor da Divisão de Informação Criminal (Dic) do Denarc, delegado Márcio Moreno, tinha como alvo a quadrilha que era comandada pelo traficante morto Alexandre Goulart Madeira, conhecido como Xandi. Conforme Moreno, as táticas utilizadas pelo grupo se assemelham com as utilizadas pela máfia de Chicago de Al Capone, pela colombiana de Pablo Escobar e pelos traficantes do Rio de Janeiro. Segundo o delegado, o nome das empresas de fachada são, inclusive, iguais ou parecidos aos usados por quadrilhas internacionais.
Entre os detidos, está um irmão de Xandi e a víúva do traficante. A mulher foi localizada em um veículo blindado e, na casa dela, os agentes encontraram R$ 19 mil. Três pessoas foram presas no decorrer da investigação. Conforme o chefe de Polícia, delegado Guilherme Wondraceck, essa é a maior ação já realizada pela Polícia Civil para combater o crime de lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos 93 mandados judiciais e apreendidos bens avaliados em R$ 6 milhões. Entre os itens recolhidos, estão 12 táxis apreendidos, 13 com licença suspensa e um apartamento em Florianópolis (SC), avaliado em R$ 1 milhão. Doze empresas de fachada eram usadas para lavar dinheiro e as firmas ficavam em nome de laranjas.
O diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, afirmou que os 12 táxis estão com a permissão suspensaaté o final do julgamento do caso. Os taxistas que atuavam nos veículos também estão com os seus carteirões sem permissão de uso. Ele afirmou que a ação é importante e retira os criminosos do serviço público.
O delegado Moreno acredita que Xandi tinha relação e apoio técnico de traficantes do Rio de Janeiro. Para investigar crimes como esse, o chefe de Polícia afirmou que encaminha hoje pedido para o secretário estadual de Segurança, Wantuir Jacini, para criar uma delegacia especializada em lavagem de dinheiro. Após aprovação do secretário, o pedido segue para o governador José Ivo Sartori. Xandi foi morto, no início do ano, em Tramandaí, no Litoral Norte.
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