Milhares foram às ruas, mas manifestações ficaram muito abaixo das anteriores
A série de protestos deste domingo pelo impeachment não reuniu o mesmo número de pessoas das manifestações anteriores. Os organizadores justificaram a fraca participação pela convocação em cima da hora, há 15 dias. “Esperamos muito menos gente hoje porque nas outras manifestações tivemos dois ou três meses para nos organizar. A de hoje é um sinal de que a população está voltando às ruas, que está muito atenta ao processo de impeachment”, disse Kim Kataguiri, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, durante o ato em São Paulo. “Vamos marcar a data para a próxima manifestação, que será no ano que vem e vai igualar as outras três que já fizemos”, garantiu. O número de manifestantes em São Paulo não batem entre as diferentes organizações que convocaram o protesto, que falam de 50 mil até 500 mil. A polícia estima que 30 mil foram à marcha na avenida Paulista. O item mais chamativo do protesto na capital paulista era um pato gigante que há semanas enfeita a entrada da sede da Federação de Indústrias de São Paulo (Fiesp), acompanhado da legenda “Não vou pagar o pato”, e onde todos queriam tirar uma foto.
“Estar aqui hoje é muito importante para que o Brasil se livre de um projeto criminoso, que usa dinheiro da corrupção nas estatais para comprar votos dos parlamentares. Eles se vendem por dinheiro e perpetuam a corrupção no poder”, disse o engenheiro Ricardo Santos, de 54 anos, acompanhado do cachorro – vestido de amarelo.
Em Brasília, cerca de 6 mil manifestantes caminharam até o Congresso e cercaram um gigantesco boneco inflável de Dilma com um grande nariz apelidado de “Dilmentiras”. Depois fizeram um enterro simbólico da presidente e do Partido dos Trabalhadores. Os organizadores estimaram uma participação de 30.000 pessoas. A polícia se preparou para receber 60 mil manifestantes em Brasília, mas contabilizou apenas 6.000.
No Rio de Janeiro, cerca de 80.000 pessoas – segundo os organizadores, que inicialmente falavam em 6.000 – desafiaram o forte calor e o sol brilhante do meio dia para pedir a saída de Dilma em frente à praia de Copacabana, enquanto outras pessoas aproveitavam para tomar banho de mar e pegar sol. “Estamos aqui com a esperança de que sem Dilma vai ser melhor. É que pior do que está não fica. Sob o comando de Dilma, o país só piorou”, disse Armando Curado, um aposentado de 70 anos.
Correio do Povo