Procurador-geral da Venezuela acusa Lula de ser agente da CIA
A declaração do aliado de Nicolás Maduro foi motivada por críticas dos governos ao processo eleitoral venezuelano
Acusações
As comparações entre os processos eleitorais de Brasil e Venezuela são infundadas, mas não são inéditas entre os chavistas. O próprio Maduro já disse que “ninguém se meteu” quando Jair Bolsonaro alegou fraude nas eleições brasileiras, quando a Justiça teria dado vitória a Lula.
Ao contrário do que alega a ditadura de Maduro, contudo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é um órgão independente, diferentemente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que é controlado pelo regime. No caso venezuelano, o CNE declarou vitória de Maduro sem apresentar os dados das urnas.
A oposição divulgou cópias da maioria das atas que atestavam a vitória de Edmundo González, que terminou exilado na Espanha. Diante da denúncia de fraude, a ditadura reprimiu os protestos e recorreu ao Tribunal Superior de Justiça (TSJ) da Venezuela, que também é alinhado ao chavismo e ratificou os resultados do CNE, mas as atas nunca foram mostradas.Esse foi, inclusive, o foco do governo brasileiro, que condicionou o reconhecimento dos resultados à transparência na apuração das eleições. No entanto, a pressão do Brasil, em posição coordenada com a Colômbia, não surtiu efeito e os esforços para mediar a crise fracassaram. A eleição afastou Lula de Maduro.Aliados históricos, eles passaram a trocar farpas, ainda que as críticas inéditas do brasileiros tenham sido em tom mais brando que o adotado por outros presidentes da região, como Boric. O chileno, que acusou o chavismo de fraude, também entrou na mira do procurador-geral venezuelano. “Boric é um agente da CIA.
Comprovado. Traiu a juventude que combateu (o ex-presidente Sebastián) Piñera”, disse, referindo aos protestos de 2019 no Chile. “O verdadeiro bastião de esquerda na história recente do Chile é (o ex-prefeito Daniel) Jadue. E o que Boric fez com ele? Colocou na prisão”.
Correio do Povo