Ex-presidente Lula foi ausência, sem liberação da Justiça para participar
Foto: Nelson Almeida – AFP – CP
Os candidatos à Presidência da República ficaram frente a frente pela primeira vez na corrida eleitoral, na noite desta quinta-feira. O primeiro debate eleitoral, transmitido pela Rede Bandeirantes, teve a presença de Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSol), Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede), Cabo Daciolo (Patriota), Jair Bolsonaro (PSC). Foi sentida a ausência do ex-presidente Lula (PT), convidado pela emissora, mas que não foi liberado da carceragem em Curitiba pela Justiça.
O primeiro bloco teve os candidatos escolhendo o interlocutor livremente. O principal alvo acabou sendo Geraldo Alckmin. A primeira questão, contudo, foi de Guilherme Boulos a Jair Bolsonaro. Ele questionou o uso de suposta funcionária fantasma e, ainda, sobre o recebimento de auxílio-moradia pelo parlamentar. “Não dá vergonha receber auxílio, enquanto o país tem 13 milhões de desempregados?” Bolsonaro garantiu que a citada funcionária trabalha mesmo para seu gabinenete e que estava de férias. Depois, encerrou em poucas palavras a segunda parte. “Eu teria vergonha se tivesse invadido casa dos outros. Imoral é você fazer o que você faz”, definiu.
Alckmin, em seguida, foi questionado por Ciro Gomes sobre a Reforma Trabalhista. O candidato do PSDB avaliou o que foi aprovado como avanço. Alckmin comentou pouco a situação de precarização da CLT e mirou no sindicalismo. “Tínhamos um grande cartório, 17 mil sindicatos no Brasil, 11,5 mil de trabalhadores e mais de 5 mil patronais. Um cartório mantido com imposto sindical. Vamos prestigiar os sindicatos que representam os trabalhadores, defender os direitos”, ponderou. Ciro reforçou que ambos tem opiniões amplamente distintas e prometeu a revisão do tema se for eleito, salientando a ampla desvalorização do trabalhador com a reforma.
Em sua pergunta, Marina Silva questionou Alckmin sobre a falta de investimentos em saneamento, quando o PSDB era governo e atacou a aliança do seu partido com o chamado centrão. Alckmin ponderou que qualquer presidente “precisa de maioria para aprovar reformas” e elogiou sua vice-presidente Ana Amélia, indicada pelo PP. Marina retrucou. “As alianças são sempre de tempo de televisão para se manter no poder ou chegar a ele, e às vezes por causa de uma pessoa se pega um condomínio”.
Correio do Povo