Presidente disse que sugeriu nomes para começar a formar um ministério que siga sua orientação “de ver o problema como um todo e não uma questão no particular”
A interferência direta do presidente é uma mudança em relação à autonomia que Bolsonaro deu a Mandetta. O agora ex-ministro sempre ressaltou que compôs a equipe com nomes majoritariamente técnicos, aos quais deu também protagonismo nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus. Havia na equipe também políticos de carreira na assessoria de ministro, como os ex-deputados José Carlos Aleluia e Abelardo Lupion , ambos do Democratas.
“A gente troca para não continuar a mesma coisa. Foi uma conversa muito saudável com o Mandetta, ele vai colaborar em tudo, tenho só a agradecê-lo”, afirmou. “O ministério começa a receber gente nova já amanhã. Não estamos com pressa de demitir, não. O ministério é dele (Teich), nosso, do Brasil, alguns nomes serão trocados com toda certeza. Muita gente vai sair com Mandetta, eles falaram na entrevista ‘chegamos juntos e saímos juntos’. Tem gente excepcional naquele ministério”.
O presidente não quis dizer quem vai indicar. Ele tergiversou, por exemplo, quando foi questionado especificamente sobre o deputado e ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS), que foi cotado para o cargo de ministro e faz uma defesa enfática nas redes sociais das opiniões do presidente, contrárias ao que vem sendo recomendado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Gosto muito dele, quase todo dia converso com ele. Opinões do Osmar Terra são muito parecidas com a minha, se bem que ele é médico. Ele é uma pessoa aí que entende do assunto, espero que ele esteja certo, mas nos traz muita paz e tranquilidade”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro destacou que o novo ministro está alinhado ao seu pensamento e, segundo ele, também defende a ampliação do uso de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus. Ele disse que Teich estava emocionalmente abalado no primeiro pronunciamento oficial, por estar assumindo o cargo no meio da pandemia. “O novo ministro pensa da mesma maneira que eu em muita coisa”, disse Bolsonaro.
Ele afirmou que muitos médicos com quem mantém contato compartilham a opinião favorável a receitar o medicamento e minimizou riscos colaterais. “Pode ser que a cloroquina não dê certo, mas não temos outra alternativa no momento. E outra, não tem esse efeito colateral todo como alguns dizem”, disse, com a ressalva de que sua opinião é de leigo.”Administrado com receita médica não tem efeito colateral.”
AE/Correio do Povo